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Cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana

Ao mesmo tempo, as condições das lavouras estadunidenses de trigo de primavera melhoraram


As cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana. De fato, o primeiro mês cotado, após alcançar um valor recorde nos últimos três anos (US$ 5,74/bushel no dia 06/08), recuou bastante, chegando a US$ 5,32 no dia 15/08. Todavia, no dia seguinte (16/08) o mesmo se recuperou um pouco, na esteira do anúncio de um possível acordo entre China e EUA, fechando o pregão em Chicago a US$ 5,42/bushel, contra US$ 5,64 uma semana antes.

Além da natural realização de lucros por parte dos especuladores em Chicago, o movimento de recuo se dá pela pressão da colheita nos EUA, apesar das quebras de safra existentes. Ao mesmo tempo, o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 10/08, não trouxe grandes surpresas no que diz respeito à safra estadunidense. A mesma está mantida em 51,1 milhão de toneladas, com estoques finais, para 2018/19, em 25,4 milhões de toneladas (baixa de 1,4 milhão em relação a julho). Com isso, o patamar de preços aos produtores de trigo dos EUA fica projetado entre US$ 4,60 e US$ 5,60/bushel para 2018/19.

Por outro lado, em termos mundiais o relatório confirmou o sentimento do mercado, e reduziu a projeção de safra global de trigo. A mesma está agora projetada em 729,6 milhões de toneladas, contra 736,3 milhões em julho. Com isso, os estoques finais mundiais, para 2018/19, igualmente foram reduzidos, ficando em 259 milhões de toneladas. A produção do Brasil está projetada em 4,7 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina se manteve em 19,5 milhões, a do Canadá em 32,5 milhões, a da Austrália em 22 milhões e a da União Europeia foi reduzida para 137,5 milhões de toneladas. O Brasil, segundo o USDA, deverá importar 7,5 milhões de toneladas no próximo ano comercial 2018/19.

Dito isso, as vendas líquidas de trigo, por parte dos EUA, para o ano 2018/19, iniciado em 1º de junho, chegaram a 317.100 toneladas, ficando 5% acima da média das quatro semanas anteriores.

Ao mesmo tempo, as condições das lavouras estadunidenses de trigo de primavera melhoraram. No dia 12/08 as mesmas apresentavam 75% entre boas a excelentes (ganho de um ponto percentual sobre a semana anterior), 20% regulares e 5% entre ruins a muito ruins.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 235,00 e US$ 255,00, na compra, enquanto a safra nova ficou cotada em US$ 225,00.

Já no Brasil, os preços médios se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana em R$ 41,13/saco, enquanto os lotes cederam para R$ 51,00/saco, perdendo três reais em uma semana. No Paraná, os lotes giraram entre R$ 57,00 e R$ 63,00/saco, enquanto o balcão ficou entre R$ 49,00 e R$ 50,00/saco. Já em Santa Catarina, o balcão registrou valores entre R$ 42,00 e R$ 45,00, enquanto os lotes permaneceram em R$ 54,00/saco na região de Campos Novos.

Enquanto a colheita se aproxima no Paraná, a atual oferta está a cada dia menor em relação ao produto nacional, sendo que a demanda é satisfeita com as importações, especialmente procedentes da Argentina. Nesta semana, tais importações ficaram mais caras diante da desvalorização do Real, ajudando a segurar os preços internos em algumas praças.

Quanto à safra nova, as condições das lavouras no Rio Grande do Sul melhoraram um pouco graças a melhoria climática, porém, ainda se espera quebra de produtividade e qualidade no total da Região Sul brasileira (RS, SC e PR).

Mesmo assim, o viés de baixa nos preços já começa a se desenhar diante da iminência da entrada da nova safra nacional. Aliás, as primeiras lavouras colhidas em Minas Gerais, e os indicativos de preços para a futura safra gaúcha, catarinense e paranaense já mostram preços bem mais baixos do que os praticados até o momento, relativos à safra velha. Mas, a expectativa de quebra, mais uma vez, na safra brasileira, embora com intensidade menor do que a do último ano, já está fazendo com que os preços para a safra nova reajam um pouco. O termômetro disso tudo passa a ser o Paraná nas próximas semanas.

Neste quadro, os preços atuais indicados são apenas referências nominais, pois praticamente não há negócios.
 

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