Exportadores argentinos reclamam de manobra de extorsão

A Câmara da Indústria do Petróleo da República Argentina (CIARA) e o Centro Exportadores de Cereais (CEC) denunciaram uma suposta ilegalidade dos bloqueios e ataques a veículos com grãos no porto de Bahía Blanca. Eles alegam que esses ataques teriam sido feitos por "transportadores autoconvocados", sem legal status, que com o uso da violência promovem reivindicações outras que não as exportações, em uma manobra extorsiva. 

Em primeiro lugar, os exportadores apontam que o aumento da atividade nos portos da província de Buenos Aires, Bahía Blanca e Necochea é consequência da emergência hídrica do rio Paraná. “Aumentou em 300% os custos logísticos e produziu atrasos importantes devido ao desvio de cargas do Gran Rosario para os portos de Buenos Aires”, alertam. 

“Neste quadro, o bloqueio a Bahía Blanca declarado por “transportadores autoconvocados” , sem representação legalmente reconhecida, é um recurso extorsivo tanto para as exportações - fora do conflito - como para o Governo que necessita de divisas”, completa. 

“É absolutamente ilegal”, disse Gustavo Idígoras, presidente do CIARA e do CEC . “É necessário que o governo provincial aja rapidamente para garantir a livre circulação. Somos vítimas de um conflito estrangeiro onde um grupo de caminhoneiros não sindicalizados impede que outros caminhoneiros entrem nos portos com grãos”, indica. 

Eles dizem ainda que o dano econômico ao país é enorme. “São 11 mil caminhões que não entraram no porto e são contabilizados como perdidos, há 40 navios esperando para carregar 1.200.000 toneladas de milho, trigo e farelo de soja, entre outros. Além de perder previsibilidade como exportador, o Estado argentino perde 400 milhões de dólares em divisas devido a esta situação anárquica. Uma vez feitas as reclamações correspondentes, nenhuma resposta foi obtida e nenhum oficial ainda se sentou com os manifestantes”, conclui.