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Produção mundial em 2018 deve se estabelecer em 773 milhões de toneladas de arroz

Na Ásia, as colheitas devem progredir, especialmente na Índia, graças a boas chuvas e a uma revalorização dos preços mínimos


De acordo com a FAO, a produção mundial em 2018 deve se estabelecer em 773 milhões de toneladas de arroz em casca (513 Mt base beneficiado), elevando-se 1,3% em relação a 2017. Estas previsões levam em conta as melhores condições climáticas e preços mais atrativos, especialmente no hemisfério norte. Na Ásia, as colheitas devem progredir, especialmente na Índia, graças a boas chuvas e a uma revalorização dos preços mínimos.

Já a produção chinesa provavelmente será menor devido a uma redução nas áreas plantadas com o objetivo de se livrar dos excedentes de 2017. Na África, as colheitas devem melhorar 4%, devido ao aumento da produção no leste do continente, especialmente em Madagascar e na Tanzânia. Nas regiões ocidentais da África, a produção também progride graças a programas de incentivo a insumos e investimentos. Em contraste, no Egito, as áreas de arroz serão reduzidas em pelo menos 25% para economizar recursos hídricos. Na América do Norte, as safras se recuperaram e voltaram a níveis normais graças a preços mais remuneradores.

No resto do continente americano, a produção 2018 teria diminuído, devido à redução de 6% nas colheitas do Mercosul,
especialmente, no Brasil.

Comércio mundial

As previsões do comércio mundial para 2018 indicam estabilidade em 48,0 Mt. Esse nível é quase equivalente ao volume recorde de 2017 e leva em consideração as importações significativas do Egito que devem começar nas próximas semanas. Além disso, a demanda asiática de importação deve ser mais ativa durante o último trimestre do ano, especialmente nas Filipinas. Em contraste, as necessidades de importação no sul da Ásia devem cair drasticamente. No resto do mundo, as importações permanecem estáveis graças a uma melhor disponibilidade interna. Do lado da oferta, as perspectivas são boas, mesmo que as vendas externas da Índia sejam menores em relação aos recordes de exportações de 2017.

Os estoques mundiais de arroz que terminam em 2018 devem aumentar 2,4% para 172 Mt contra 168 Mt em 2017, atingindo o nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se uma nova recuperação de 2,6% em 176,5 Mt, equivalente a um terço do consumo mundial. Este aumento deve-se essencialmente à reconstituição de reservas chinesas e indianas. Em contraste, os estoques nos principais países exportadores continuam em declínio, exceto na Índia. As reservas dos exportadores são as menores desde 2010.

Na Índia, os preços de exportação voltaram a cair em média 3%, enquanto os principais concorrentes asiáticos registraram aumentos de 2,5%. Os preços indianos continuam sendo os mais competitivos, também como resultado da depreciação da rupia indiana, dentro de uma forte concorrência nos mercados chinês e africano. Apesar dessa competitividade, as vendas indianas estão progredindo lentamente, afetando especialmente os arrozes não aromáticos. 

Nos primeiros dez meses do ano, as exportações ultrapassaram 10 Mt, podendo chegar a um total de 12 Mt contra 12,5 Mt em 2017. Em outubro, o arroz indiano 5% caiu para US$ 372/t Fob contra $ 383 em setembro. O arroz indiano 25% também caiu para $ 327 contra $ 338 anteriormente. No começo de novembro, os preços tendiam a se estabilizar.

Na Tailândia, os preços de exportação aumentaram 2%, estimulados pela demanda filipina, que deve permanecer firme por vários meses. Os preços tailandeses poderiam aumentar nos próximos meses devido a uma possível queda na produção, afetada pelas chuvas irregulares. Em outubro, as exportações mantiveram o ritmo das mesmas 980.000 t exportadas em setembro, registrando um leve avanço de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2018, as exportações poderiam totalizar 10,9 Mt contra 11,6 Mt em 2017. O preço do arroz Tai 100% B subiu para $ 401/t contra US $ 394 em setembro. O Tai parboilizado também subiu para $ 390 contra $ 386. Por sua vez, o arroz quebrado A1 Super permaneceu relativamente estável em $ 351.

No início de novembro, os preços estavam fracos por falta de novos contratos. No Vietnã, os preços do arroz subiram novamente 3%, estimulados pela demanda de importação do Oriente Médio e do Sudeste Asiático. No entanto, as exportações em outubro continuaram diminuindo, atingindo cerca de 450.000 Mt contra 660.000 Mt em setembro. Elas mantêm, ainda, uma alta de 8% em relação a 2017 na mesma época do ano, e podem totalizar 7 Mt, alta de 15% em relação a 2017. O Viet 5% subiu para $ 411/t contra $ 400 em setembro. O Viet 25% também valorizou a $ 384 contra $ 374. No começo de novembro, os preços permaneciam firmes.

No Paquistão, os preços de exportação caíram novamente em 2,5%, devido em grande parte à desvalorização da rupia paquistanesa, dentro de um mercado fraco. A reativação das exportações tem sido menos importante do que o esperado, mas ainda assim as vendas externas marcariam um avanço de 15% em relação a 2017 na mesma época. O Paquistão espera diversificar seus mercados para a China e a África subsaariana. Até agora, seu principal cliente é o Quênia. As vendas externas também devem aumentar nos mercados do Sudeste Asiático. No total, as exportações podem atingir um volume recorde de 4,3 Mt em 2018. Em outubro, o Pak 25% foi cotado a $ 349/t contra $ 358 em setembro. No começo de novembro, os preços permaneciam fracos.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação aumentaram ligeiramente dentro de um mercado externo um pouco mais animado. As exportações mensais teriam progredido para 230.000 t contra 220.000 t em setembro. O México continua sendo o principal destino, com 27% das vendas nos EUA, seguido pelo Haiti (16%) e pelo Japão (12%). O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 caiu para $ 522/t contra $ 525 em setembro. No início de novembro, os preços se mantinham estáveis. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz com casca subiram 4,5% para $ 238/t contra $ 228 em setembro. No início de novembro, os preços futuros tendiam ligeiramente a baixar para $ 236.

No Mercosul, os preços de exportação permanecem estáveis dentro de um mercado ativo graças à demanda do Oriente Médio. As exportações brasileiras continuam progredindo e mantendo um avanço confortável em relação ao ano passado na mesma época. Na Argentina, as exportações também avançam, marcando um aumento de 10% em relação a 2017. Por outro lado, no Uruguai, as vendas externas estão atrasadas em 15%. Os plantios da nova safra 2018/2019 estão se desenvolvendo normalmente, mas as perspectivas indicam uma possível contração de 10% nas áreas de arroz no Mercosul. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro subiu 7,5% para $ 238/t contra $ 222 em setembro. No começo de novembro, o preço tendia a $ 230.

Na África Subsaariana, os preços domésticos do arroz permanecem estáveis na maioria dos mercados regionais. Os estoques permanecem baixos, mas a disponibilidade nos mercados é satisfatória graças às importações de arroz asiático. As importações em 2018 poderiam finalmente permanecer altas, apesar das boas perspectivas de colheitas no nível sub-regional.

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