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Reação nas cotações do milho

Cotações do milho em Chicago reagiram um pouco durante esta semana, às vésperas do início da colheita nos EUA


As cotações do milho em Chicago reagiram um pouco durante esta semana, às vésperas do início da colheita nos EUA, porém, muito mais por ajustes técnicos do que pelo fato da existência de motivos fundamentais de mercado. Assim, o bushel do cereal fechou a semana (06/09) em US$ 3,53, contra US$ 3,41 na semana anterior. A média de agosto ficou em US$ 3,58/bushel, após US$ 3,49 em julho.

Neste início de setembro praticamente não há fatores de alta no mercado do milho nos EUA. Todavia, há expectativas quanto aos números que virão no novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 12/09. Comenta-se da possibilidade de uma pequena revisão para baixo no volume a ser colhido nos EUA em milho.

Por sua vez, as vendas líquidas dos EUA, em milho, na semana encerrada em 23/08, chegaram a 175.400 toneladas para o ano comercial 2017/18 que se encerrou em 31/08. O volume ficou 46% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2018/19 o volume atingiu a 525.000 toneladas. A soma dos dois anos ficou muito abaixo do esperado pelo mercado.

O início da colheita de milho nos EUA, ainda nesta primeira quinzena de setembro, pressionará as cotações do cereal para baixo caso não haja um empuxe nas exportações estadunidenses.

Pode ajudar neste contexto, o fato de a Argentina ter retomado a aplicação de tarifas nas suas exportações, já que o país, estando quebrado, precisa aumentar sua arrecadação diante dos acordos realizados com o FMI na busca por empréstimos de socorro. Com isso, as tarifas subiram para 10% no milho e no trigo e chegam a 18% para o complexo soja. Isto tende a tirar competitividade dos produtos argentinos no mercado mundial.

Dito isso, a tonelada FOB de milho na Argentina fechou a semana valendo US$ 160,00, enquanto no Paraguai ficou em US$ 148,50.

Já no Brasil o mercado permaneceu firme, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 36,96/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 42,00 e R$ 44,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 25,00 em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 43,00/saco em Videira (SC). 

Na BM&F há grande volatilidade nos preços devido a situação cambial brasileira, onde o Real continua fortemente desvalorizado, batendo em seu recorde histórico nos últimos dias. Enquanto durar o quadro eleitoral (e mesmo depois, dependendo dos resultados das eleições), o cenário tende a não mudar.

A safrinha está colhida e confirmou ser bem menor do que a do ano passado, fato que mantém os preços internos aquecidos (49,2 milhões de toneladas, contra 67,4 milhões no ano anterior, segundo Safras & Mercado). Além disso, a forte desvalorização do Real estimula as exportações para este restante de ano, reduzindo os estoques. Soma-se a isso, ainda, a tendência de um plantio menor na safra de verão de milho e o quadro de preços firmes está completo.

Neste contexto, os produtores que ainda possuem milho fazem uma comercialização escalonada, visando fazer a melhor média possível, fato que segura a oferta do cereal.

Quanto às exportações, agosto fechou com um volume de 3,5 milhões de toneladas realizadas. Para setembro, existem nomeações de navios para outras 3,5 milhões de toneladas.

No CIF Campinas não há médias abaixo de R$ 41,00/saco, e o mercado deverá manter uma tendência que levará em consideração a relação de redução de estoques e plantio de verão, talvez, em área menor ou, na melhor das hipóteses, igual ao do ano anterior 
 

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