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Por quatro dias, Maceió será capital científica da cotonicultura brasileira

Evento será entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro


Entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro, a cidade de Maceió será o polo conversor da cotonicultura no Brasil. Da pesquisa científica à classificação de fibra, das novas tecnologias às tradings e instituições financeiras, toda a cadeia produtiva do algodão estará reunida no 11° Congresso Brasileiro do Algodão (11° CBA). O evento é promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e acontece a cada dois anos, com média de público de 1,5 mil participantes. Na capital alagoana, ele será realizado no Pavilhão de Exposições do Centro de Convenções de Maceió.
 
Nesta edição, o CBA elegeu como símbolo a renda filé, uma das mais emblemáticas expressões da cultura alagoana, que guarda estreita afinidade com o algodão, tanto por ser esta a sua matéria-prima, como pelos conceitos que o artesanato traz em sua trama, como tradição, moda e sustentabilidade. Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, Maceió atende e excede os requisitos levados em consideração na escolha das cidades-sede do Congresso Brasileiro do Algodão. "A capital alagoana tem um excelente Centro de Convenções, boa rede hoteleira e disponibilidade de vôos, e, como um bônus fantástico, uma das mais belas orlas do Brasil", diz.
 
Pioneira do Nordeste
 
Embora o estado hoje não integre o mapa dos grandes produtores de algodão do país, tendo plantado, na safra 2016 apenas 60 hectares, a cotonicultura já foi uma das suas mais expressivas forças econômicas, chegando a rivalizar com a da cana-de-açúcar, no século XIX. Dados históricos da Associação Comercial de Alagoas registram que, em 1926, o estado já exportava algodão, mesmo sem ter estrutura portuária. A própria Associação Comercial foi fundada, em 1866, por um grupo de 46 cotonicultores, para organizar as exportações da fibra. Seu belo prédio atesta a magnitude do setor à época.
 
O algodão foi a mola propulsora de um ciclo de grande industrialização em Alagoas, que teve seu ápice entre os anos de 1930 e 1950. A fibra foi fundamental para o desenvolvimento de muitos municípios alagoanos no sertão e na zona da mata, e  batizou até nomes de cidade, como Ouro Branco, clara alusão ao algodão. Alagoas também foi o primeiro polo industrial do Nordeste brasileiro, com destaque para a fiação, fundada no município de Pedra, pelo empresário Delmiro Gouveia. Para mover o empreendimento, ele construiu, em 1913, uma hidrelétrica no Rio São Francisco. A fábrica produzia as linhas de marca Estrela, empregava em torno de 800 homens e mulheres, e chegou a exportar para Argentina, Chile Peru e outros países da América do Sul.
 
"O cenário escolhido e toda essa bagagem histórica vão conferir um charme especial ao congresso. Nesta edição, serão em torno de 93 palestrantes e mais de 190 trabalhos científicos, que dão conta dos mais importantes temas da cotonicultura no Brasil e no mundo. Tenho certeza de que esta será uma edição memorável do CBA", diz o coordenador científico do evento, e autor de diversos livros sobre a cultura do algodão, Eleusio Curvelo Freire.

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