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Existe maturidade no Brasil?


Vinícius André de Oliveira

Com o advento da crise sanitária, que se alastrou pelo mundo todo e pela consequente crise financeira, a qual o Ministro da Economia Paulo Guedes chama de segunda onda, há a certeza de que o PIB brasileiro irá sofrer forte retração, mas não há consenso sobre o quanto irá retrair. Existem diversas especulações sobre o tamanho da queda, algo entre -2% e -5,95%. Os índices contidos no Boletim Focus do Banco Central do Brasil, que reúnem estimativas dos principais economistas do país têm melhorado a cada nova edição. Índices de produção industrial, relação Dívida/PIB entre outros já apresentaram melhoras.

O Governo Federal injetou na economia vários bilhões de reais a fim de criar estímulo e também de tentar reduzir esse impacto. Criou auxílio emergencial para pessoas físicas e liberou crédito também para pessoas jurídicas. Suspendeu a cobrança de financiamentos e repasses previdenciários até mesmo para o setor público para dar fôlego às prefeituras.

Obviamente a situação fiscal do país será pressionada e o cenário que já não estava fácil irá, provavelmente, piorar. O resultado primário, que reflete a relação entre receitas e despesas do governo, com o enfrentamento da pandemia fez a estimativa do déficit sair de 11% para 11,65% em 2020.

Antes da pandemia o Governo já estava empenhado com a agenda de reformas, que inclui a trabalhista, a previdenciária, a tributária e a administrativa. A trabalhista havia sido aprovada e a importante reforma previdenciária com muito esforço estava caminhando e seu texto base já foi aprovado no Senado Federal. Agora foi para o congresso o texto da reforma tributária mesmo em meio a pandemia, o que demonstra a vontade enorme de não deixar o país desacelerar.

Tudo isso será, mais uma vez, um teste de maturidade da sociedade. Agora é o momento de se apoiar as medidas e as reformas em prol do país. Não é interferindo de forma negativa e trabalhando contra os que estão conduzindo o país em todas as esferas é que iremos avançar. Deve-se olhar sempre para o coletivo. Todas as vezes em que há divisão e egoísmo o Brasil inteiro perde.

O Ministério da Economia está fazendo a sua parte tentando conduzir o país para o desenvolvimento e para a retomada. Os governos estaduais e os municipais também tem tentado, utilizando-se do que a lei permite, atravessar a crise sem deixar sequelas. Mas, para isso precisa da participação popular. Vivemos em uma democracia e a contribuição de todos é importante. O Brasil é um país muito grande e com muitas diferenças e injustiças é verdade. No entanto, não se pode ser um país de oportunistas que se aproveitam de momentos isolados para conseguir privilégios ou se fortalecer em pleitos com interesses individuais. Deve-se haver um espírito de coletividade e um olhar para o futuro. Se tudo for feito com honestidade e da maneira correta no longo prazo todos serão beneficiados. E as finanças públicas são parte importante desse processo. Por isso, quando se fala em previdência, quando se fala em reforma administrativa, não dá para ficar preso ao agora. É preciso olhar o longo prazo, a sustentabilidade do sistema e a distribuição mais homogênea dos recursos.

Quando se levantam bandeiras de determinados grupos e quando estes se organizam para barrar projetos e medidas importantes, todos perdem. Devemos sonhar com municípios prósperos e que juntos podem formar um país desenvolvido e com menos desigualdades. Enquanto não houver maturidade e o objetivo for a aposentadoria de um ou o salário de outro sempre seremos o país do futuro e o futuro nunca chegará.

 Não adianta mudar apenas a sua vida se o ambiente em que você vive é degradado.

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