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O cenário para o agronegócio brasileiro 2022


Vinícius André de Oliveira

Escassez nos fertilizantes, problemas logísticos, quebra das cadeias de produção, guerra na Ucrânia e insegurança alimentar são alguns dos problemas atuais do agronegócio no mundo e especialmente no Brasil, que é um país que tem o setor como um dos maiores contribuintes da atividade econômica e do PIB.

O setor historicamente é reconhecido como super eficiente - a quantidade de toneladas produzidas a cada ano é maior sem aumentar a quantidade de hectares utilizados. A estimativa para o ano de 2022 é de 73,7 milhões de hectares cultivados, segundo a Conab. A título de curiosidade isso representa pouco mais de 7% do território brasileiro cultivado, ou seja, o Brasil possui potencial para ser o maior responsável por atender a demanda por alimentos no mundo. 

No ano de 2000 o país exportou 20 milhões de toneladas de grãos. Em 2021, foram 120 milhões de toneladas, somando de 2000 a 2020 US$419 bilhões. São diversos títulos: maior exportador de soja do mundo, segundo maior exportador de milho, quarto maior exportador de feijão, maior exportador de carnes, maior produtor de aves, maior rebanho de bovinos, terceiro maior produtor de suínos, terceiro maior produtor de frutas, maior produtor de açúcar e café do mundo. Mas, nem tudo são flores. Apesar de todos os títulos, o problema está na falta de valor agregado aos nossos produtos. O Brasil ainda industrializa pouco suas commodities. Outra questão: nosso maior parceiro comercial atualmente é a China. Um país estrategista e que está preocupado com a dependência da produção de poucos países. Nos próximos dez anos a China quer aumentar seus parceiros comerciais o que pode afetar a exportação brasileira. É fundamental que o Brasil busque também aumentar o número de parceiros para não haver dependência com a comercialização centralizada. Outro ponto que contribui negativamente são os custos de produção. Nos últimos anos houve um aumento nos custos de até 65% o que tem gerado uma série de dificuldades aos diversos tipos de atividades dentro desse universo. 

Uma das saídas para esse problema são as cooperativas de produção. Se bem gerenciadas podem ajudar a reduzir os custos de produção através da estocagem, assistência técnica e até mesmo na comercialização da produção.

Outra frente primordial para melhorar a eficiência e o aumento da rentabilidade e lucratividade dos produtores é o uso de tecnologia. Mapear adequadamente a propriedade, evitar o desperdício de insumos e aplicar programação no controle de custos e produtividade é essencial para a operação das fazendas. Não é possível ser competitivo sem ter acesso a todos os dados, relatórios em tempo real e uma gestão profissional sobre todas as informações da atividade no campo.

Na outra ponta está o poder público que pode contribuir para dar segurança aos produtores com ações muito importantes. O seguro rural, o investimento em infraestrutura e o aumento do crédito podem, concomitantemente com as atitudes do setor privado, trazer ao Brasil números ainda melhores no agronegócio e aumentar o protagonismo no cenário global.

Vamos continuar trabalhando e investindo no campo que os resultados aparecem.

 

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