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Brasil cria 1º algodão transgênico de fibra longa

Pesquisa da Embrapa e Fundação Bahia


Embrapa e Fundação Bahia anunciaram o desenvolvimento da primeira cultivar brasileira de algodão transgênico de fibra longa do Brasil. Batizado de BRS 433 FL B2RF, possui comprimento de fibra superior a 32,5 mm e elevada resistência (acima de 34 gf/tex), o que se enquadra nas preferências da indústria têxtil para a fabricação de tecidos finos para roupas. 

A nova cultivar supre uma demanda interna, pois atualmente o Brasil precisa importar fibras mais longas para mesclar com suas fibras médias e produzir um fio de melhor qualidade. De acordo com a Embrapa, o algodão transgênicos tem porte médio e ciclo longo, sendo indicado para a abertura do plantio nos cerrados da Bahia e demais estados do Matopiba (Maranhão, Piauí e Tocantins), além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária também recomendada a cultivar BRS 433 FL B2RF para o cultivo em condições irrigadas do semiárido do Nordeste. O potencial produtivo é superior a 4.500 quilos (300 arrobas) de algodão em caroço por hectare com rendimento de fibra em torno de 38

“Atualmente o Brasil não produz algodão transgênico com esta qualidade de fibra e, por isso, a nova cultivar representa uma oportunidade para atender essa demanda. A maior parte da fibra de qualidade superior é importada de países como o Egito, Estados Unidos e Peru”, lembra o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão (PB), pesquisador João Henrique Zonta

Essa e outras duas cultivares de algodão serão apresentadas na sede da Fundação Bahia dia 31 de maio durante a Bahia Farm Show, no município de Luís Eduardo Magalhães. Segundo a Embraopa, os novos materiais apresentam alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de elevada qualidade, além da resistência às principais lagartas que atacam o algodoeiro e ao herbicida glifosato. Todas possuem a tecnologia Bollgard II Roundup Ready Flex (B2RF, da Monsanto), que conferem resistência ao herbicida glifosato e a lagartas.

“A três cultivares possuem transgenia para resistência a lagartas, com dois genes Bt (oriundos da bactéria Bacillus thuringiensis), o que reduz a necessidade de uso de inseticidas para o controle de lagartas; além disso, possuem resistência ao herbicida glifosato, permitindo a pulverização com glifosato para controle de plantas daninhas, sem a necessidade de utilização de herbicidas não seletivos em jato dirigido”, afirma o pesquisador Camilo Morello, líder do programa de melhoramento genético do algodoeiro na Embrapa.

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