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Agro superação: a motivação real da nação


Jose Luiz Tejon Megido

Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

Show de super safra neste ano no Brasil: saímos de 187 milhões de toneladas de grãos no ano passado para uma colheita de 227 milhões de toneladas neste ano. Isso significa uma irrigação de renda pelo interior brasileiro. Um novo Brasil, que cresceu imensamente nos últimos 30 anos e cresceu sobre o agronegócio.

227 milhões de toneladas, a maior safra de toda a história brasileira, com uma soja atingindo quase o mesmo tamanho da americana. E o milho explodindo e pipocando, nessa invenção nacional chamada 2ª safra.

E, pasmem, tudo isso ocorrendo em meio a maior crise brasileira de toda história republicana. O que isso quer dizer e pode representar para a moral e a estima do povo brasileiro? Muito.

Significa que o brasileiro trabalha, empreende e supera. E dentro do agronegócio, uma atividade que não da tempo para parar. O trabalho e a tecnologia aplicados falam mais alto do que os governos poderiam imaginar.
Outra coisa, a inserção internacional. O agronegócio que cresce está inserido e globalizado. Em torno de 70% em média, abastece o mercado interno. Alimentamos quase 1 bilhão de pessoas no resto do mundo com o excedente exportável.

Outro ingrediente sensacional do povo brasileiro é a criatividade, a inovação. É um povo que se vira. Recordo-me do início da soja no Brasil quando poucos acreditavam, e que hoje virou o item número um das exportações do país. Lembro-me do início do plantio direto, uma revolução agronômica, também poucos acreditavam e hoje significa 80% da prática existente. Da mesma forma, a 2ª safra, chamada “safrinha”, quando no início era de poucos, hoje de muitos. E agora vem aí a outra revolução: a integração lavoura, pecuária e floresta.

227 milhões de toneladas, nada de ufanismo, apenas de realismo. Os desafios? Imensos no pós-porteira das fazendas e essa “mega super” safra vai evidenciar isso. O caos logístico, o terror burocrático, o desperdício esparramado pelas estradas e pela falta de estruturas de armazenagem, além do custo e de portos carentes de liberdade para evoluir, como o de Santos, também sempre negociado como manobra de jogos político partidários.

Mas, parabéns, povo brasileiro. 227 milhões de toneladas na safra, em meio a tanta noticia desgraçada, essa é real e esperançosa.

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