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Como enfrentar pragas que ameaçam a agricultura goiana?

Estudantes de agronomia, extesionistas rurais e multiplicadores da pesquisa agropecuária estiveram presentes durante todo o dia 14 de agosto


Estudantes de agronomia, extesionistas rurais e multiplicadores da pesquisa agropecuária estiveram presentes durante todo o dia 14 de agosto, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás – Crea Goiás onde participaram do Seminário Técnico: “Pragas que Ameaçam a Agricultura Goiana: como enfrentá-las?”.

O evento, promovido pela parceria entre Crea Goiás e Embrapa Arroz e Feijão (GO) faz parte de uma ampla programação definida no Planto Anual de Trabalho (PAT) para o ano de 2018; esta parceria busca disseminar palestras e capacitações  a produtores, consultores e extensionistas rurais sobre temas e práticas que podem ser utilizados em campo, para uma adequada tomada de decisão no controle de pragas e ações voltadas a uma produção mais sustentável.

Abertura - Durante a abertura do seminário o presidente o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás – Crea Goiás, Francisco Almeida, destacou as mudanças de cenários que vêm acontecendo na agricultura e a necessidade da capacitação continuada dos engenheiros agrônomos para poderem exercer a profissão, frente a estes novos cenários: “esta parceria entre o Crea e a Embrapa tem dado bons resultados, até para outras instituições do país, pois é através dessas parcerias que nós estamos ministrando palestras e capacitações aos técnicos do interior sobre os cenários, as tecnologia que estão surgindo e os novos desafios que apontam no campo”.

Pela Embrapa Arroz e Feijão, o chefe geral, Alcido Wander, falou sobre a importância para a Embrapa poder realizar um evento como este, em parceria com o Crea: “isto é um motivo de grande orgulho para nós, principalmente neste momento em que estamos voltados a trabalhar mais fora da caixinha, do controle químico de pragas. Praga é um problema sério, não é um problema novo, mas está se tornando um problema mais sério do que foi no passado e precisamos encontrar novas formas de monitoramento, novas formas de manejo, inserindo às novas tecnologias digitais, novas maneiras de mapear áreas e combinar estas estratégias com o controle biológico”, destacou Alcido.

Para a professora e pesquisa da Universidade Federal de Goiás – UFG, Cecilia CzepaK, a capacitação sobre pragas que afetam a agricultura é uma iniciativa de grande importância para Goiás, porque enfrentamos um problema bastante sério, principalmente com a Helicoverpa e a mosca-branca: “essas duas pragas que ainda não conseguimos controlar totalmente no país têm causado bastantes prejuízos à lavoura. No caso da Helicoverpa, agora ela está chegando, também, em outros países como a África, Ásia e na Índia; e o estado de Goiás que tem potencial na agricultura precisa, realmente, tratar com mais vigor esta situação com pragas que afetam nossas lavouras.

O presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária - Emater Goiás – Pedro Arraes, fez referência em sua fala de abertura, à agricultura 4.0 que vem ganhando espaço a cada dia; para Arraes, no Fórum Econômico Mundial que ocorreu no início do ano em Davos (Suiça) 12 tecnologias foram colocadas como tecnologias que vão levar à agricultura do futuro: “uma delas é o controle biológico, combinado com todas estas questões de satélites, drones, monitoramento e sensoreamento remoto; então esta é uma área de futuro, uma área extremamente promissora e eu fico muito feliz que nós temos grupos fortes dentro da Embrapa, na UFG e na Emater, aonde a gente está inaugurando um laboratório de entomologia e controle biológico, para que possa fazer frente ao combate à multiplicação dessas pragas prejudiciais à lavoura”, informou.

Exposições e palestras - Logo no início do seminário foi apresentado aos participantes uma exposição de pragas, inimigos naturais, armadilhas e produtos biológicos utilizados em campo.

Dentre as palestras, Cecilia Czepak apresentou o percurso histórico do surgimento da Helicoverpa no país, o que se conhece sobre esta lagarta, os danos que causa à lavoura e o que precisamos saber sobre o assunto.

Eliane Quintela, pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, destacou os aspectos sobre o ciclo de vida da mosca-branca, quais os desafios e potencial do inseto, aspecto reprodutivo da espécie, estágios de desenvolvimento e danos diretos nas culturas de feijão, soja, tomate, entre outras culturas.

Na terceira palestra do dia Marcelo Narciso, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, falou sobre as tecnologias digitais no campo, as armadilhas inteligentes para o monitoramento de pragas, como manejar a partir das tecnologias digitais disponíveis.

O manejo integrado de pragas na soja foi o tema desenvolvido pelo pesquisador do Núcleo Regional da Embrapa Soja (GO), Edson Hirose. Ele destacou efeitos do aumento da área e da intensidade de cultivo da cultura, como reconhecer os percevejos prejudiciais à lavoura e qual o manejo mais adequado de controle da doença.

As duas palestras restantes foram apresentadas pelo pesquisador, Humberto Guimarães, da Corteva Agriscience, sobre manejo integrado de pragas em tomate para processamento e pela pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (MG), Elizabeth Sabato que falou sobre cenários e manejo de doenças disseminadas pela Cigarrinha do milho.

Guimarães trouxe informações sobre o sistema de manejo integrado de pragas na cultura do tomateiro para processamento em comparação com o sistema convencional. O pesquisador apresentou as diferentes ferramentas para se controlar as pragas em comparação com o controle químico, considerado o sistema convencional.

Encerrando o seminário técnico, Elizabeth Sabato, apresentou os cenários e as doenças do milho causadas pela Cigarrinha Dalbulus maidis (cigarrinha do milho), que tem ocorrido em diversas regiões, principalmente na região oeste da Bahia, no sudoeste de Goiás, no noroeste do triângulo mineiro e regiões produtoras de São Paulo.

Entre as doenças se desta o enfezamento do milho, que afeta o desenvolvimento e a produção da planta, resultando na infecção dos tecidos e reduzindo sua produção em porcentagem superior a 70%. Para acompanhar toda a programação de capacitações na parceria Crea Goiás e Embrapa Arroz e Feijão nos municípios goianos, acesse em: www.creago.org.br

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