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Cotações do trigo sobem em Chicago

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação não apresentou variações de preços



As cotações do trigo em Chicago subiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (25) em US$ 4,30/bushel, contra US$ 4,25 uma semana antes.

O bom desempenho das vendas líquidas de trigo por parte dos EUA esteve na ponta deste comportamento mais altista. Ao mesmo tempo, muita chuva nas regiões produtoras do cereal naquele país igualmente pressionaram o mercado, mesmo que ao sul das Planícies produtoras estavam previstas poucas precipitações. Ajudou ainda, em alguns momentos, a desvalorização do dólar diante das principais moedas do mundo e a alta do petróleo, que chegou a ultrapassar os US$ 50,00/barril na semana.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação não apresentou variações de preços, ficando entre US$ 170,00 e US$ 190,00.

Aqui no Brasil, a forte desvalorização do real, acompanhada de grande volatilidade semanal, devido a crise política, deu competitividade ao trigo nacional. Como já se tinha indicado, um câmbio acima de R$ 3,30 por dólar deixa o produto importado mais caro do que o trigo nacional. Entretanto, as intervenções do Banco Central brasileiro seguraram o câmbio ao redor de R$ 3,25, pelo menos por enquanto. Mesmo assim, o produto nacional começa a apresentar firmeza de preços devido a outros dois fatores já destacados no comentário passado: a menor disponibilidade de trigo junto aos países fornecedores do Mercosul, que já exportaram muito; e a forte comercialização do trigo nacional (85% no Rio Grande do Sul e 90% no Paraná) o que reduz a oferta local.

Neste contexto, em o câmbio se mantendo ao redor de R$ 3,30 e/ou acima disso, a tendência é de os preços do cereal nacional continuarem a melhorar. Caso contrário, os mesmos devem se estabilizar. 

Assim, o mercado já cogita a possibilidade de o novo ano comercial, a partir de setembro, iniciar com preços mais elevados do que os até aqui praticados. Especialmente porque a oferta da nova safra tende a ser menor devido a redução da área semeada.

Ou seja, o quadro cambial, ainda que momentâneo, coloca o mercado do trigo nacional, por enquanto, em um novo patamar em perspectiva para os próximos meses. A questão agora é até quando a volatilidade, devido à crise política, irá e como o clima se comportará durante o desenvolvimento desta nova safra nacional, a qual começa a entrar no mercado em setembro via o Paraná.

Dito isso, o balcão gaúcho fechou a presente semana em R$ 29,43/saco, enquanto os lotes ainda não chegaram a registrar oscilações, ficando entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco no valor de referência. No Paraná, os mesmos se mantiveram entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco, enquanto no balcão os valores permaneceram entre R$ 31,00 e R$ 34,00. Em Santa Catarina o balcão igualmente ficou estável em R$ 32,00/saco.

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