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Soma de fatores levou ao aumento do arroz

O presidente da Abiarroz destacou os motivos do aquecimento de mercado do cereal


Foto: Pixabay

Em uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o presidente da Abiarroz, Elton Doeler, destacou os motivos que levaram à alta nos preços do arroz.

Sendo comercializado acima de R$ 100 a saca, a elevação estaria acontecendo por uma soma do superaquecimento da demanda mundial provocada pela pandemia de covid-19, aliada à forte valorização do dólar frente ao real e à falta de incentivo à atividade orizícola no Brasil nos últimos 10 anos. 

Mesmo com incremento de produtividade a área plantada caiu e muitos produtores migraram para outras culturas mais rentáveis como a soja, por exemplo. Segundo Doeler esse desestímulo provocou forte depreciação do preço do produto. “O preço do quilo do arroz girou, nos últimos oito anos, em torno de R$ 2. Isso fez com que muitos produtores optassem por outras atividades produtivas, como a da soja e a da bovinocultura”, lembrou.

No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do cereal, além do abandono do setor por agricultores, houve redução de 30% no número de indústrias de beneficiamento, acrescentou o presidente da Abiarroz. Esse cenário, assinalou, também levou a queda de investimento na agroindústria, já que a cadeia passou a ter rentabilidade insuficiente. 
Com a pandemia, alguns dos principais fornecedores globais de arroz, como a Índia e a Tailândia, se retiraram do mercado, fazendo com que houvesse uma maior procura pelo cereal brasileiro.  De março a agosto deste ano, a demanda internacional pelo arroz do Brasil deu um salto, na comparação com igual período de 2019, pontuou o presidente da Abiarroz.  

“Isso fez com que o Brasil se tornasse um player importante no mercado mundial de arroz, criando uma oportunidade interessante para produtores e indústrias de beneficiamento, devido à valorização cambial” observou Doeler. Ao mesmo tempo, a pandemia fez com que um maior número de brasileiros mudasse os hábitos alimentares e passasse a fazer as refeições mais em casa, o que igualmente elevou a demanda interna. 

Em consequência desse contexto, houve uma valorização do cereal, cuja saca de 50 quilos passou de R$ 45 em março para R$ 106 em agosto, conforme dados do Cepea, disse Doeler. No mercado interno, o preço do produto também se recuperou, com o quilo entre R$ 5 e R$ 7 no varejo. Para ele, esse patamar de preço deve permanecer, o que dará sustentabilidade à cadeia e deve garantir o abastecimento nos próximos anos, sem sobressaltos como o ocorrido neste ano em razão da covid-19. 

Durante a audiência, o presidente da Abiarroz ressaltou ainda que a indústria não é formuladora de preços, sendo apenas um dos elos da cadeia. “A indústria é simplesmente o elo intermediário da cadeia. Ela compra dos produtores, processa e revende aos supermercados, que têm o arroz um dos seus produtos de atração dos consumidores. Não há culpados pelo aumento do preço do arroz.”

Doeler também falou, no encontro on-line, sobre o pedido feito pela Abiarroz ao governo federal para a retirada da TEC (Taxa Externa Comum) sobre a importação de arroz de terceiros países, além do Mercosul, onde a tarifa já não é aplicada por causa do acordo comercial entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

“Pedimos a retirada da TEC preocupados não só com o preço do arroz ao consumidor, mas também com o abastecimento interno”, acentuou o presidente da Abiarroz. O governo federal autorizou a importação de até 400 mil toneladas do produto sem a cobrança da TEC de terceiros países. Para ele, a abertura de mercado é importante para incentivar o abastecimento doméstico.

Doeler ressaltou ainda que a Abiarroz tem uma postura transparente com o consumidor e os demais elos da cadeia orizícola, expondo sempre a situação do mercado e propondo medidas que fortaleçam a segurança alimentar e permitam exportar a produção excedente.

*com informações da assessoria de imprensa

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