CI

Engenheiros agrônomos contribuem para o avanço do agronegócio

O engenheiro agrônomo é um profissional fundamental em todos âmbitos


É inquestionável o avanço do agronegócio brasileiro nas últimas décadas. Foram muitos os motivos este avanço, mas principalmente aos profissionais que estão envolvidos no setor: o engenheiro agrônomo, que além de formação, conhecimento e prática multidisciplinar, tem disposição para enfrentar as adversidades do clima em seu “escritório a céu aberto” e, quando atua em empresas, indústrias, instituições financeiras que tenham negócios ligados à atividade rural, revela-se um empreendedor, com iniciativa e articulação.

A agronomia é a área que demanda profissionais qualificados e, além disso, apresenta diferentes oportunidades de atuação no mercado, trabalhando desde a propriedade, laboratórios, empresas, universidades, extensão e órgãos públicos. 

A profissão completa 86 anos neste sábado, 12 de outubro. Criada pelo Decreto nº 23.196, em 12 de outubro de 1933, a modalidade passou por transformações nessas décadas e contribuiu para solidificar o Brasil como protagonista mundial no agronegócio.

A Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, regulamentou o exercício da profissão. Atualmente, segundo a Câmara Especializada de Agronomia (CEA) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), há 12.904 Engenheiros Agrônomos registrados – 11.088 homens e 1.816 mulheres. São mais de 105 mil inscritos no Sistema Confea/Crea no país.

“Em primeiro lugar se precisasse começar tudo novamente, escolheria a Agronomia como profissão e a ESALQ como minha Escola Superior de Agricultura que nunca deixou de honrar a figura magnânima de Luiz de Queiroz seu fundador. 

A profissão agronômica carrega em sua essência virtudes fundamentais, como a produção de alimento, preservação do solo e também o meio ambiente para as futuras gerações.

Pela sua extensão territorial, clima e solo favoráveis, tecnologia agrícola desenvolvida e sobretudo um povo, em sua maioria ordeiro e trabalhador já se tornou um dos celeiros do mundo e tem uma possibilidade de crescimento rápido e imediato.

O engenheiro agrônomo é o profissional mais importante para o desenvolvimento e crescimento da produção de alimentos em qualquer segmento desta cadeia produtiva. Paz, saúde e prosperidade aos Engenheiros Agrônomos, os produtores de comida - a base da vida”. 

Marcos Vilela – Engenheiro agrônomo, que está comemorando 60 anos de profissão nesta semana. 

No Brasil, a agricultura vem em primeiro lugar, como grande produtora de matéria-prima e alimentos, para abastecimento interno e comercialização com o exterior, sendo a responsável pela maior arrecadação do PIB brasileiro e nos últimos anos, mostrando o papel essencial para o país, fazendo com que a balança comercial brasileira fique positiva.

As atribuições dos engenheiros agrônomos estão previstas no artigo 5º da Resolução nº 218/1973 do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia). 

O engenheiro agrônomo é um profissional fundamental em todos âmbitos. Sua função principal é estar dedicado a produzir, sejam alimentos, energias renováveis, matéria-prima para roupas e muitos outros produtos, que têm servido como alavanca de constante crescimento da economia brasileira. O agronegócio que também é responsável pelo aumento das exportações e dos empregos no Brasil, passa absolutamente nas mãos de muitos agrônomos, que atuam em diversas áreas do setor, evidenciando a versatilidade dessa importante profissão.

Ao longo dos anos, a história da agronomia se difundiu com o fortalecimento da agricultura brasileira. É que desde a colonização, a ciência agrária ajudou na evolução da economia agrícola, a melhorar a vida do agricultor. E nos dias atuais, as inovações tecnológicas auxiliam neste processo com ferramentas que identificam e diagnosticam doenças no campo sem precisar ir para laboratório, melhorando o combate de fungos e pragas e aumentando a produtividade.

O Portal Agrolink registra a sua homenagem e parabeniza todos os profissionais pelo trabalho impecável no agronegócio brasileiro. 

O engenheiro agrônomo, Dante Scolari produziu um artigo em homenagem ao dia do engenheiro agrônomo, veja abaixo:

Engenheiro Agrônomo: profissão que garante a alimentação e o vestuário no mundo 

Dante D. G. Scolari¹

Ao longo dos últimos anos, o nível geral de consumo de alimentos e fibras vegetais da população mundial cresceu substancialmente devido ao aumento da população e do poder de compra dos consumidores. De uma população mundial de 2,518 bilhões de pessoas em 1950, com 732 milhões (29%) vivendo nas cidades e 1,786 bilhões (71%) na zona rural, estima-se que em abril de 2019 a população mundial era de 7,7 bilhões e deverá chegar a 9,7 bilhões em 2050, com mais de 70% vivendo nas cidades. 
 

Estes dados indicam que nos próximos 30 anos 2,0 bilhões de pessoas serão incorporados ao mercado de consumo. A demanda nos países desenvolvidos, com uma população praticamente estável nesse período, será direcionada para o consumo de carnes, outras fontes de proteínas animal e vegetal e para alimentos semi-preparados que apresentem características funcionais adequadas para uma população de idade média mais avançada. A grande demanda de alimentos virá de consumidores de países pobres ou em desenvolvimento com renda per capita pouco acima de 2.000 dólares e com uma forte demanda por carboidratos (arroz, milho, trigo, sorgo, milheto, tubérculos, etc.) e crescente demanda por proteínas animal (carnes) e vegetal (soja, óleo de palma, feijão, ervilha, quinoa, etc..). 
    
Isso significa que deverá ocorrer um crescimento dramático na produtividade da das culturas e criações, já que a expansão da fronteira agropecuária está fortemente limitada. Existem poucos países no mundo que ainda possuem áreas aptas não cultivadas para a agricultura e noventa por cento (90%) estão na América do Sul e África. Não existem terras de reserva agricultáveis economicamente na Ásia. A maioria destes poucos países com áreas disponíveis para produção agropecuária não possui infraestrutura, recursos humanos e econômicos nem dominam tecnologias para produzir nestas áreas, de baixíssima produtividade e muitas com forte deficiência hídrica.

 

O Brasil é a única alternativa viável para alimentar esses dois milhões de consumidores adicionais que entrarão no mercado nos próximos 30 anos.
 

A área territorial brasileira é de 851 milhões de hectares, dos quais 244,5 milhões, equivalentes a 28,7%, são utilizados pela agropecuária: 62,6 milhões (7,3%) para a produção de 236 milhões de t de grãos; 8,5 milhões (1,0%) com florestas plantadas; 8,6 milhões (1,0%) com cana-de-açúcar; 6,3 milhões (0,7%) para cultivos perenes; 156,6 milhões (18,6%) de pastagens, que suportam 214 milhões de cabeças de bovinos. O país preserva, na forma de áreas protegidas pela legislação, 548 milhões de hectares, equivalente a 64,4% do total do território. Ainda sobram 56,6 milhões (6,7%) de áreas de reserva.
 

Graças às pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e outras entidades públicas e privadas, pode-se ainda aumentar significativamente a produtividade em todas as culturas cultivadas e também na produção pecuária. A rigor, é possível aumentar substancialmente a oferta de hortigranjeiros, frutas, fibras, energia, grãos e carnes sem expansão da fronteira agrícola, sem desmatar mais nenhum hectare de cerrados ou de florestas. Essa é uma realidade brasileira!
 

Já existe uma crise global na produção de alimentos e a época de comida farta e barata acabou. Os preços dos produtos agrícolas estão elevados, vis-à-vis a renda per capita do consumidor, e uma parcela importante da população mundial está subnutrida. Nos próximos anos a demanda mundial por alimentos, vestuário, moradia e energia vai aumentar substancialmente para atender uma parcela importante da população mundial que ainda não recebe esses benefícios e para suprir uma demanda adicional de novos consumidores que estarão no mercado. 

A nossa estimativa é que haverá uma demanda mundial adicional de mais de 900 milhões de toneladas de grãos para 2030. Torna-se crítico o aumento da produtividade da produção de alimentos, não só do grupo básico (arroz, milho, trigo e soja), mas também das frutas e hortaliças e das carnes. Esse objetivo se torna ainda mais complexo quando se consideram as restrições à disponibilidade dos recursos naturais que servem de base à produção (terra e água), quanto às restrições dos serviços ambientais, que se configuram como insumos nesses sistemas produtivos: capacidade ambiental para reciclagem de resíduos e de excedentes de insumos (pesticidas, fertilizantes, plásticos, etc.); manutenção ou recuperação da fertilidade dos solos; disponibilidade de polinizadores, entre outras. Essas restrições se agravam ainda mais se considerados os cenários de mudanças climáticas e seus impactos em áreas produtoras de alimentos ao redor do planeta. Adicionalmente, a crescente produção de etanol a partir de milho ou de cana-de-açúcar, visando reduzir a dependência de combustíveis fósseis, irá pressionar ainda mais a necessidade de aumentos substanciais na produtividade dos fatores de produção, com especial atenção para o fator terra! 

Essa demanda adicional deverá ser atendida com novos conhecimentos e novas tecnologias, algumas das quais ainda em fase de desenvolvimento, notadamente aquelas relacionadas à biologia dos solos, de modo sustentável e harmônico, com o uso sustentável dos recursos naturais existentes e sem comprometer a habilidade das gerações futuras de também atenderem suas necessidades. 

Nesse cenário, o papel do engenheiro agrônomo, com o seu amor pelos animais, pelas cidades e campos, rios e florestas, nas mais diversas atividades que pode desempenhar nos campos ou nas cidades, se torna ainda mais relevante. Cabe a ele a responsabilidade maior para alimentar o mundo!

Sua dedicação e seu amor significa que crê no direito dos produtores rurais, independente de tamanho ou escala, a um nível de bem estar social que recompense o seu capital, o seu trabalho e a sua perícia, da mesma forma aos que moram nas cidades. Crê nos benefícios da ciência colocada a serviço do bem comum, na integridade das propriedades, rurais ou urbanas, na amizade e colaboração entre produtores rurais. Acredita nos jovens do campo, no seu anseio por se tornarem alguém, no seu direito a receberem preparação intelectual, física e moral, e a responderem ao apelo da terra que reclama os seus braços. Bem como acredita na prestação dos importantes serviços públicos prestados pela categoria, para todo o cidadão.

Portanto, nada mais verdadeiro do que essa citação histórica abaixo, nesse  dia 12 de outubro, data que homenageia esse profissional responsável pela produção permanente, contínua e sustentável de alimentos, fibras e energia renovável no mundo: 

“Não sei se eram santos, porque eram engenheiros agrônomos ou se eram engenheiros agrônomos, porque eram santos”. 
 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.