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No agro, o que importa são as pessoas


Gabriel Colle

A pandemia do coronavírus acabou se prolongando mais do que inicialmente alguns gestores previam (ou, pelo menos, torciam). No centro do turbilhão de notícias sobre aumentos de casos e um cenário de autoridades se debatendo para fechar a equação entre proteger as pessoas e minimizar danos à sua subsistência, a rotina dos gestores se elevou ao cubo. O esforço é de se buscar o máximo possível de informações e conseguir processá-las minimamente a tempo de se tomar decisões adequadas. E o anseio é pela diminuição de variáveis que essas informações carregam, de uma crise que contaminou também a política e, por isso, agrava ainda mais a economia.

No entanto, algumas luzes já aparecem ao longe. Entre elas, a indicação de que o pós-pandemia vai exigir estratégias cooperativas. Contratos de serviços terão que priorizar mais a parceira e nem tanto o lucro (mas de olho no equilíbrio financeiro, claro). Em tempos de incerteza, o momento é não só de se reduzir as variáveis de incertezas, mas também se solidificar relações para o bem do próprio mercado – mais entes de uma cadeia olhado para a mesma direção a tornam mais forte.

Essa percepção vale inclusive para setores que não pararam durante a pandemia, como o agronegócio. E onde opera a aviação agrícola, que por isso foi considerada também atividade essencial, pelo Decreto Federal 10.282/2020. Em miúdos, por determinação federal as operadoras aeroagrícolas não podem ser abrangidas por eventuais decretos locais que determinem que empresa se mantenham fechadas. Para garantir a segurança alimentar e insumos estratégicos para o País

Porém, mesmo quem está passando pela pandemia de portas (ou hangares) abertos não está livre de tensões. O setor aeroagrícola tem claro a percepção de que eficiência e reputação serão moedas ainda mais preciosa nos próximos meses. Simplesmente porque parceria exige confiança, que se conquista com reputação, que, por sua vez, se constrói com eficiência. E, por trás de tudo isso, estão as pessoas. 

Analisando por essa ótica, tem-se claro que a pandemia, na verdade, tornou urgentes em meses mudanças que ocorreriam em anos. Tanto que, em 2018, o Sindag havia previsto, em seu Planejamento Estratégico até 2022, o foco na qualificação de gestores em todas as suas empresas associadas. Quase profeticamente, ainda no ano passado se começou a gestar o Projeto Mentoria, que saiu do papel justamente em abril deste ano. 

São 27 consultores, alguns com experiência internacional, todos prestando apoio voluntário e tendo a missão de abranger as 181 associadas com avaliação da situação da empresa, planejamento de longo prazo, plano comercial, plano de marketing, gestão de custos e outros. Desde 2018 estava decidido que esse tipo de atividade seria via web. Até porque, de outra maneira, não seria possível abranger todas as associadas a um custo adequado de tempo e dinheiro para as viagens. 

Além disso, outra “profecia” que se cumpriu no planejamento do Sindag foi incluir nas consultorias o desenvolvimento pessoal das equipes em cada empresa. Simplesmente porque se no mercado a receita da reconstrução passa pela cooperação entre os entes, na empresa a receita pede o comprometimento e motivação de seus colaboradores. Assim, a pandemia mostrou também que, numa crise, o que realmente importa são as pessoas.

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