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RS encontra Fipronil em 77% das colmeias com mortandade

Inseticida de amplo espectro é utilizado em vários tipos de culturas


Foto: Pixabay

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SEAPDR) divulgou que encontrou o inseticida Fipronil em 77% das amostras de colmeias com mortandade de abelhas, entre janeiro e abril deste ano.

No período avaliado, foram coletadas 18 amostras de colmeias que registraram mortes, algumas em 100% das abelhas. O material recolhido foi enviado para o Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “Em 69% delas, havia a presença de mais de um ingrediente ativo. E em duas foram registradas as substâncias Carbofurano e Fluquinconazol, de uso proibido no Rio Grande do Sul”, destacou o chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da SEAPDR, Rafael Friederich de Lima.

Lima explicou que vários fatores influenciam para haver um número reduzido de amostras. “Existem poucas notificações oficiais, pois há um receio em denunciar por envolver áreas de terceiros. Temos promovido palestras, reuniões e distribuição de cartilhas para estimular o apicultor a procurar a Secretaria e notificar”, detalha.

A partir da denúncia, que pode ser registrada em qualquer inspetoria ou escritório de defesa agropecuária, uma equipe composta de um agrônomo e um médico veterinário da Secretaria visita a propriedade para a coleta de amostras. 

A partir de inquérito civil do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul sobre a relação entre a mortandade de abelhas com o uso do Fipronil, foi criado o Projeto SIM Abelhas – Sistema de Informação e Monitoramento de Abelhas do Rio Grande do Sul, que está em fase de implementação. O comitê gestor do projeto é composto, além do MP-RS e da SEAPDR, pela Fepam, UFRGS, PUCRS, Farsul e empresas do setor de agrotóxicos.

“O SIM Abelhas visa implementar polos em dez regiões geográficas do Estado, com o objetivo de monitorar, de forma remota, o fluxo e atividades das abelhas, para ver quais são os períodos do ano com maior ou menor movimentação, e o que tem implicado nas mortes”, resume Rafael.

O projeto também pretende monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos no mel, no pólen e em abelhas campeiras, além de caracterizar e monitorar microrganismos e ectoparasitas que possam causar doenças às colmeias. "As empresas do setor estão aderindo a um projeto amplo, que não é de governo, e sim de Estado, com atuação em todo o Rio Grande do Sul", finaliza Lima.

O Fipronil é um inseticida usado em várias culturas como algodão, batata, cana-de-açúcar, milho e soja.
 

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