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Entidades comentam Plano Safra

Produtor precisa ter tranquilidade com o seguro agrícola, diz presidente da Fecoagro


O Plano Safra 2019/20 divulgado nesta manhã de terça-feira (18.06) pelo Ministério da Agricultura aponta um volume de recursos de 225,59 bilhões de reais em recursos para a agricultura empresarial e familiar. O Plano inclui 222,74 bilhões de reais para crédito rural, sendo 169,3 bilhões para custeio, comercialização e industrialização, e 53,4 bilhões de reais em crédito para investimentos.

Para o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, o plano está distante do que seria o ideal, mas é o que foi possível na atual realidade. Ele participou da cerimônia realizada no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (18/6).

Gedeão Pereira considera que “é o primeiro passo para uma mudança maior. Há um entendimento que essa política agrícola não satisfaz as necessidades do produtor do século XXI e a ministra tem consciência que, com os recursos que dispõe e o orçamento feito pelo governo passado, o máximo de mudança que seria possível neste ano é essa”, pondera. Um ponto positivo para o presidente do Sistema Farsul é a unificação do plano. “Reunir em uma política agrícola pequenos, médios e grandes, mas sem deixar de diferenciá-los nas suas idiossincrasias, é uma vitória da agricultura, que abandona diferenças que não são conceituais, mas ideológicas depois de 20 anos”, avalia.

Ele destaca que os juros para os produtores que não se enquadram no Pronaf ou Pronamp subiram 1%, mesmo com a expectativa da redução da Taxa Selic para o final do ano para 5,75% apontada pelo Relatório Focus. “São enormes as chances de oferta de juros livres abaixo dos controlados. Isso acontecendo não haverá razão para manutenção dessa política agrícola atual. Tem coisas muito melhores para fazer com essa subvenção”, avalia o economista. O plano conta com a ampliação dos recursos LCA para o crédito rural para R$ 55 bilhões, além da permissão para que a CPR seja emitida com correção pela variação cambial. Para Luz, a CPR em dólares abre a porta para o investimento estrangeiro.

Paulo Pires, Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, ressalta que a questão mais importante é a disponibilização de 1 bilhão de reais para o seguro agrícola. " O produtor rural precisa ter a tranquilidade de um seguro, quando houver adversidades climáticas para produzir. É a grande sinalização do governo para o setor para dar mais segurança ao agricultor brasileiro", ressalta. 

Pires salienta que o Plano Safra divulgado ainda está longe do ideal, principalmente pelo aumento nos juros. "Hoje temos uma inflação muito baixa no país, essencialmente nos alimentos, que houve uma baixa desde a última safra na maioria dos produtos agrícolas, mas entendemos que o governo está tentando melhorar e hoje demos um passo importante".

A CNA destaca outro ponto importante, a ampliação para R$ 1 bilhão dos recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR). Segundo o presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a ampliação vai dobrar a área segurada no país.

"Isso é muito significativo porque se ampliarmos o seguro rural, estaremos atraindo mais investimentos privados, inclusive investimentos internacionais”, ressaltou. 

Para Schreiner, o Plano Safra vai ao encontro dos anseios apresentados pelos produtores em reuniões regionais realizadas pela CNA. No entanto, ponderou, “ainda é preciso vencer a burocracia do sistema financeiro para que os produtores tenham acesso ao crédito”.

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