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Pesquisa avalia uso de feijão-caupi como forrageira no Nordeste

Em países como os Estados Unidos, o feijão-caupi é basicamente usado como espécie forrageira


Participante da primeira edição do CNA Jovem – programa de desenvolvimento de lideranças do Sistema CNA/SENAR -, Antônio Moreira Barroso Neto escolheu um tema relevante para a região Nordeste no seu projeto de doutorado, realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC). O trabalho tem como foco o melhoramento clássico na cultura do feijão-caupi (popularmente conhecido como feijão-de-corda). Neto pretende identificar variedades da leguminosa que tenham potencial forrageiro, tendo em vista as qualidades nutricionais da cultura e a sua rusticidade para as condições adversas do semiárido.

Segundo ele, a espécie é muito cultivada no nordeste brasileiro como base da alimentação protéica de origem vegetal para população. Atualmente a cultura também tem se expandido para regiões como Centro-Oeste, sendo muito usada em grandes cultivos de entressafra. A pesquisa, que segue em fase inicial, busca selecionar genótipos do Banco Ativo de Germoplasma da UFC (BAG/UFC) que apresentem boas características para uma espécie de potencial forrageiro. Serão avaliadas 64 variedades do feijão. “O que nos falta é olhar o feijão-caupi com um outro olhar e ver o seu potencial para auxiliar na alimentação da pecuária da região”.

Neto explica que em países como os Estados Unidos, o feijão-caupi é basicamente usado como espécie forrageira. No Brasil, aponta ele, existem alguns casos no Rio Grande do Sul, onde os agricultores usam a cultura para melhoria de solo e para forragem. “O que se observa são poucos estudos no âmbito do melhoramento da espécie para finalidade forrageira. Neste sentido, tendo em vista este vasto potencial que a espécie tem, como teores de proteína que podem beirar os 26% e a baixa quantidade de lignina (fibra rígida de difícil absorção), resolvemos avaliar esta cultura e buscar estratégias de melhoramento que nos possibilite selecionar e, futuramente, lançar uma cultivar com esta finalidade”, destaca.

Influência do CNA Jovem

O jovem acredita que a sua pesquisa poderá contribuir não só no aspecto acadêmico, mas também promover mudanças e melhorias para o Agro. “São os questionamentos, as inquietudes, desejo de mudança e visão que podem lhe colocar como uma jovem liderança do setor. Um líder deve pensar além, fora da “caixa”, enxergar novas possibilidades, e tudo isso está ligado com a proposta do CNA Jovem e com o que aprendi quando participei do programa”.

Na opinião de Neto, o CNA Jovem trouxe experiência fundamental para desenvolver o seu perfil de liderança. Mesmo sendo filho de produtor rural e com formação em Agronomia, ele percebia que faltava algo a mais, como entender e enxergar o setor agropecuário com uma visão “holística”. “No CNA Jovem tive a oportunidade de despertar meu potencial de liderança através de capacitações e do networking que fiz nestes espaços. Isso me deu uma visão das particularidades do setor nas diferentes regiões do Brasil, e os desafios inerentes a cada estado”.

A oportunidade de participar do Programa de Mentoria do Pós-CNA Jovem também despertou no jovem o perfil de líder e mostrou como desenvolver mais ainda essa qualidade para alcançar seus objetivos. “Sei que ainda estou em um processo de melhoria como líder e busco, a cada dia, desenvolver isso, estando sempre aberto a novos conhecimentos e buscando de alguma forma me inserir no setor de uma forma positiva, como um agente de mudança”.

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