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Agricultura familiar no meio urbano: histórias inspiradoras

Morar na cidade não impede que as pessoas tenham espaço verde em suas casas ou apartamentos para cultivar hortas


Morar na cidade não impede que as pessoas tenham espaço verde em suas casas ou apartamentos para cultivar hortas. Cuidar da procedência do que é consumido é atentar-se também para a saúde e a qualidade de vida. De acordo com a delegada federal da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) no Rio de Janeiro, Danielle Barros, a agricultura urbana tem sido um forte movimento no estado: “As pessoas estão vencendo essas barreiras dos espaços e mostrando que até nos apartamentos há lugar para a agricultura”, diz.

A carioca Vanessa Danciger conseguiu vencer a barreira do espaço e espalha a receita para que outras pessoas possam produzir em seus domicílios e também garantir o alimento fresquinho. O "Quintal da Vanessa" possui uma fascinante variedade de plantas medicinais, frutíferas, temperos, leguminosas cultivadas em vasos e na terra da própria residência, em Campo Grande. “Para mim, agroecologia, agricultura orgânica e agricultura urbana não são só agricultura sem veneno, e sim uma filosofia de vida. Engloba um todo, é você pensar no próximo e entender a verdadeira importância de compartilhar e multiplicar saberes” acredita Vanessa.

Há cinco anos, juntamente com seus pais, Vanessa começou a produção no quintal da casa em que moram, no centro da cidade. No início, o cultivo era apenas para consumo e não imaginavam a proporção tomada hoje, em que toda a renda familiar é advinda da agricultura.

A família conta com mais de 30 diversidades de plantas alimentícias convencionais e não convencionais, como couve, uva, mamão, guaco, inhame, banana, pimenta, insulina e bertalha. E além dos produtos da horta, Vanessa produz e comercializa (sem conservantes, sem glúten, sem açúcar e sem lactose) bolos, pães e leite de inhame, sucos e farinhas. 

Ela e os pais dividem-se entre o cultivo e as vendas da produção. O comércio é feito em casa, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em feiras e em eventos.  Por semana, eles vendem cerca de 15 molhos de chaya, cinco quilos de inhame, três quilos de cúrcuma, entre outros.

Para Daniella Barros, casos como o Quintal da Vanessa têm provocado medidas que atendam a esse público. “Nosso desafio, enquanto gestores de políticas públicas, é que alguns não podem ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) por não se enquadrarem na questão de extensão territorial. Mas nós temos trabalhado com pautas para que eles possam ser contemplados com projetos da Sead”, explica Danielle. Políticas de comercialização e de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) são exemplos. Leia aqui a história de agricultores urbanos de Macapá

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