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Frutas brasileiras quase não são consumidas em outros países

Terceiro maior produtor do mundo, Brasil exporta menos de 3% de suas frutas. Projeto quer mudar esse cenário


Nesta semana o Brasil ganhou uma nova meta: exportar US$ 1 bilhão em frutas até o final de 2019. A projeção para este ano é fechar 2017 em US$ 870 milhões, segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas).

O objetivo foi estipulado nesta quinta-feira (7) pela entidade em reunião com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Apex-Brasil.

“Em 2016 exportamos um total de 780 mil toneladas de frutas, das 43 milhões de toneladas produzidas. É muito pouco, apenas 2,5% do total”, disse à Gazeta do Povo o diretor técnico da Abrafrutas, Jorge de Souza. Ele estima já neste ano um crescimento de 5% no volume enviado para fora do país.

Atualmente, o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas e apenas o 23º exportador. Para mudar essa realidade, o convênio entre as associações prevê aportes de R$ 8 milhões na promoção de defesa dos interesses dos produtores e busca colocar o Brasil entre os dez maiores exportadores em uma década.

“O grande problema, mais do que tarifas e batalhas comerciais, são as barreiras sanitárias, pelo risco de inserção de pragas em outros países”, afirma Jorge de Souza. Também existem locais que determinam níveis diferentes de aplicações de defensivos agrícolas nos produtos, por exemplo. “A fruticultura é muito regulada no mundo inteiro”, destaca. 

Os benefícios da expansão, destaca Jorge, vão além do comércio exterior, colaborando para a melhoria da qualidade dos produtos, a redução do desperdício e um incentivo a mais para um setor que emprega, em média, 2,5 trabalhadores por hectare de produção.

“A fruticultura é responsável, em seus elos de produção, por 16% da mão de obra do Brasil. É uma alternativa para produtores em momento de supersafra, equilibrando os custos. A expansão para o mercado internacional melhora a gestão interna”, comenta o especialista.
Para onde vão nossas frutas

Outra ação será o incentivo a mudanças na produção para atender diferentes países, principalmente da Ásia, um mercado para o qual o Brasil ainda exporta pouco.

“A população da Ásia nos próximos anos será 50% da mundial. Queremos atuar principalmente com China, Índia, Coreia, Japão, Taiwan, Singapura e Filipinas”, destaca, contando ainda que alguns setores já começaram essa ação, como a intensificação do envio de maçãs para a Índia. “Há um potencial de expansão muito significativo”, observou o presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe.

Apesar disso, o foco até 2019 é ampliar as exportações para mercados onde o Brasil já está presente. Ele conta que a União Europeia é responsável por 70% das cargas brasileiras de frutas, seguida pelos Estados Unidos (15%), além de fatias de mercado na América do Sul e Oriente Médio. 

“Com a ajuda da Apex poderemos participar de feiras e missões e visitar outros países. Um convênio como esse nos ajuda a fazer planejamento estratégico e se organizar melhor para estar nesses lugares”, afirmou o presidente da ABRAFRUTAS, Luiz Roberto Barcelos.

Para iniciar esse trabalho, a comissão entre a CNA, a Abrafrutas e a Apex confirmou presença na Feira Fruit Logística, em Berlim, na Alemanha, em 2018 e 2019. 

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