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Boletim CNA mostra queda das exportações de frutas e aumento da demanda chinesa por carne

Cotações no mercado futuro se desvalorizaram durante a semana


Foto: Pixabay

No Mato Grosso, apesar da investigação do Ministério Público do Trabalho sobre as condições de trabalho em mais dez processadores de carne após a confirmação de casos de Covid-19 entre funcionários, a conclusão foi pela não necessidade de interrupção das atividades devido às ações tomadas pelas indústrias quanto ao isolamento dos funcionários e demais medidas preventivas.

Quanto ao mercado físico, a falta de animais prontos para abate manteve o preço da @ próxima a R$ 220,00, com negociações superando R$ 225,00. Apesar disso, a indústria vem tentando impor quedas, influenciando inclusive as cotações no mercado futuro que se desvalorizaram durante a semana.

Já o varejo continua exercendo preços superiores ao início da crise, com cortes de segunda em torno de R$ 20,00/kg. Além disso, a média de preço da carcaça casada, em julho, já supera os valores do início da pandemia, sinalizando que a demanda doméstica por carne se mantém aquecida, mesmo com a elevação do preço ao consumidor.

Cenário Internacional

Mercados selecionados

União Europeia

- A Comissão Europeia adotou um pacote adicional de medidas excepcionais de apoio ao setor vitivinícola, que está entre os mais atingidos pela pandemia, devido às rápidas mudanças na demanda e ao fechamento de restaurantes e bares em toda a UE. Essas medidas incluem a autorização temporária para que os operadores se organizem no mercado e o aumento da contribuição da UE para os programas nacionais de apoio ao vinho (European Commission, 07 de julho de 2020);

- A trader holandesa Louis Dreyfus Co (LDC) anunciou, em seu relatório de sustentabilidade, que já rastreava cerca de 30% da soja importada do Brasil, em 2019, e se comprometia a aumentar esse potencial para 50% (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE;

- A Comissão Europeia aprovou pacote de ajuda econômica de 6,2 bilhões de euros para apoiar pequenas empresas e trabalhadores independentes da Itália, afetados pela pandemia (European Commission, 08 de julho de 2020);

- Foram aprovados os planos alemães para estabelecer um fundo com um orçamento de até 500 bilhões de euros para fornecer garantias e investir através de instrumentos de dívidas e patrimônio em empresas afetadas pela pandemia. O plano foi aprovado no âmbito do quadro temporário de auxílio estatal (European Commission, 08 de julho de 2020).

China

- De acordo com o “China’s Dairy Product Outlook Report 2020-2029", o consumo de produtos lácteos na China foi de 49,5 milhões de toneladas em 2019, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. O consumo per capita ainda e´ relativamente baixo, de aproximadamente 35 kg por ano. O relatório estima que a mudança de hábitos alimentares, a elevação da renda e a maior preocupação com a saúde levarão ao aumento na demanda chinesa por produtos lácteos, devendo chegar a 50,9 milhões de toneladas em 2020 e 65,9 milhões em 2029 (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- O leite fresco e o iogurte representaram mais de 80% do consumo de laticínios em 2019. Segundo o USDA, leite pasteurizado e produtos lácteos "secos", como manteiga e queijo, deverão liderar o crescimento na demanda, a` medida que a população chinesa continua a urbanizar-se e a desenvolver novos hábitos de consumo. (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- Segundo dados da Administrac¸a~o-Geral de Aduanas da China ("General Administration of Customs of the PRC" - GACC), as importac¸o~es de produtos la´cteos (incluindo fo´rmula infantil) corresponderam a USD 11,1 bilho~es (2,97 milho~es de toneladas) em 2019, um aumento de 10,8% (12,8% em volume) em relação ao ano anterior. Leite fresco e leite em po´ utilizados como mate´ria-prima tiveram a maior taxa de crescimento: 32,3% e 26,6%, respectivamente. Iogurte, fo´rmula infantil e queijos tambe´m apresentaram alta expressiva nas importac¸o~es, de 9,3%, 6,9% e 6,1%, respectivamente (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- De acordo com a consultoria Chemlinked, a China continuará´ abrindo seu mercado para as importac¸o~es de produtos la´cteos nos pro´ximos 10 anos, tendo em vista a impossibilidade de suprir a demanda dome´stica e o objetivo de diversificar as fontes de importac¸a~o. Atualmente, Unia~o Europeia, Nova Zela^ndia e Austra´lia suprem a quase totalidade das importac¸o~es chinesas de produtos la´cteos (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- Desde julho de 2019, quando o Brasil foi creditado a exportar produtos la´cteos para a China, 26 empresas foram habilitadas pelas autoridades sanita´rias locais. Nos formula´rios de habilitac¸a~o, as empresas solicitaram autorizac¸a~o para exportar, principalmente, os seguintes produtos: leite em po´, queijo, manteiga, creme de leite, soro de leite, protei´na concentrada do soro do leite, gordura do leite e leite condensado (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- Transitaram pela alfa^ndega de Xangai, nos primeiros cinco meses deste ano, 394 mil toneladas de carne, volume 51,8% superior ao registrado no ano anterior. Quanto ao valor da mercadoria, foi orc¸ado em US$ 2,2 bilho~es, 79,8% acima do registrado no mesmo período em 2019. Brasil, Argentina e Austra´lia seriam as principais origens dessas importac¸o~es. So´ do Brasil teriam entrado por Xangai 136 mil toneladas de carne, mais do que o dobro do volume ingressado em 2019, quantidade que correspondeu a 34,5% do total das importac¸o~es de carne transitadas por Xangai. (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- Apo´s o surto de novos casos no mercado Xinfadi, o porto de Tianjin reagiu imediatamente e submeteu a testes todos os contêineres procedentes do exterior, resultando em grande demora para a liberac¸a~o dos produtos. Procedimentos similares, com a mesma intensidade, na~o foram, contudo, reportados em Xangai. Em si´ntese, de acordo com representantes de empresas locais importadoras, na~o estariam sendo registrados atrasos significativos na entrega de carnes brasileiras. (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- A trader chinesa Cofco International Ltd anunciou, em seu relatório de sustentabilidade, o compromisso de que, até 2023, toda a soja importada do brasil seja “totalmente rastreável”. (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).

Taiwan

- O "Instituto Americano em Taiwan (AIT)" e seu equivalente em Washington, o "Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipei nos EUA (TECRO)", anunciaram recentemente que teriam assinado novo acordo de equivalência de produtos orgânicos, que permitem às partes a livre comercialização de produtos com essa certificação em ambos os mercados. Por ocasião da assinatura do instrumento de equivalência, ambos os mercados poderão se beneficiar da expansão do comércio de frutas frescas, vegetais e alimentos processados. O instrumento também deverá contribuir para a diversificação de oportunidades de acesso a mercado para produtos de origem animal (carne bovina, sobretudo) com certificação orgânica. O acordo, igualmente, permitirá que os processadores de alimentos orgânicos norte-americanos adquiram ingredientes orgânicos certificados em Taiwan, aumentando a gama de produtos dessa qualificação disponíveis para os consumidores (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);

- Desde que a "Lei de Promoção da Agricultura Orgânica" entrou em vigor em Taiwan, em 30 de maio do ano passado, outros quatro países, além dos EUA, assinaram acordos dessa mesma natureza. O Japão foi o primeiro, em outubro passado, seguido pela Nova Zelândia, Austrália e Canadá. Note-se que Taiwan reconhece atualmente a certificação orgânica emitida por 22 países, entre os quais, para além dos já mencionados, o Chile, a Suíça e 16 membros da União Europeia (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).

OMC

- Oito países estão na disputa para suceder o brasileiro Roberto Azevêdo na direção da Organização Mundial do Comércio (OMC). A expectativa é que a Diretoria-Geral da entidade venha a ser ocupada por uma mulher (Valor, 09 de julho de 2020).

OCDE

- Nesta quinta-feira, a OCDE informou que houve melhora significativa no mês de junho nas economias globais. No entanto, a Organização faz uma ressalva de que a recuperação continua frágil, com a persistência de incertezas sobre a possibilidade de futuros “lockdowns”, ou seja, paralisia total das atividades. A China, primeiro país atingido pelo vírus, destaca-se na recuperação, aparecendo como o único com “sinais de crescimento recobrando o impulso”. O indicador da OCDE procura prever momentos de virada da atividade econômica em relação a sua tendência com seis a nove meses de antecedência. Contudo, a entidade alerta que o mecanismo não deve ser visto como medida do grau de contração da atividade econômica, mas sim como uma indicação “da força do sinal” (Valor, 09 de julho de 2020).

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