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Paulo Freire – o patrono do atraso



Vinícius André de Oliveira

A educação certamente é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento econômico e cultural de uma nação. Basta olhar os exemplos dos países já desenvolvidos. Acredito que ninguém mais fica surpreso com os dados ruins da educação brasileira e sua declinante evolução. Com exceção de um caso ou outro os números gerais pioram a cada ano ou pelo menos não avançam. 

O desempenho dos nossos alunos no PISA, avaliação internacional da OCDE, demonstra que nos últimos anos a média em ciências e leitura se arrasta lateralmente há quase vinte anos. Já para matemática o caso é pior já que a média vem caindo nos últimos seis anos. Claro que educação é muito mais do que isso, mas olhar os resultados é uma boa maneira de enxergarmos a direção que estamos indo. 

Para chegar nesse desempenho insatisfatório são vários os fatores contribuintes. A infraestrutura em boa parte do país é precária. Apenas 39% das escolas têm quadras de esporte, 12% possuem laboratórios, 60,7% das escolas de ensino infantil têm banheiros adequados e somente 34,1% possuem berçários e 82,7% das escolas de ensino médio oferecem laboratórios de informática. No norte e nordeste muitas escolas não possuem salas de leitura, biblioteca ou acesso à internet.

Outro ponto fundamental diz respeito à formação dos professores. Grande parte leciona sem ter formação adequada para as disciplinas de sua responsabilidade. Apenas 56% dos que dão aula de matemática são formados na área.

E não é somente a infraestrutura dentro das escolas que prejudica a educação. Dentre os alunos mais pobres, ou seja, aqueles que enfrentam mais dificuldades para chegar ao local de estudos a evasão escolar é enorme. No geral, 600 mil crianças com idade de 4 anos estão fora da escola e entre os que possuem 5 e 6 anos o número é de 300 mil. Entre 14 e 17 anos, 1,7 milhão estão longe das salas de aula.

São vários os motivos que fazem com que o Brasil apresente esse desempenho ruim no tocante à infraestrutura.

Existe, porém, outro lado mais nefasto e que prejudica de maneira mais profunda não só a educação como também o desenvolvimento do país. A matriz pedagógica utilizada nas salas de aula, sobretudo nas escolas públicas, nas últimas 5 ou 6 décadas conduziu a educação para os níveis atuais. Impregnou nas aulas e nos livros a apologia à várias personagens históricas com currículos pouco defensáveis. De forma macabra, mesclando sempre paradoxos de aparência honesta e inofensiva, misturando mentiras e verdades, religião com revolução e pulverizando itens questionáveis, foram ao longo do tempo transformando a percepção da ética desde os primeiros anos do ensino fundamental. 

Aliado com interesses de outros setores e utilizada com objetivos definidos, permitiu essa revolução cultural. E se podemos dar um nome para essa tragédia cultural e educacional no Brasil certamente seria Paulo Freire. Considerado o patrono da educação, é autor da obra Pedagogia do Oprimido, raiz de todo o problema. Através dessa pedagogia as crianças foram educadas a inverter lógicas, transgredir padrões, desrespeitar leis de forma velada e, principalmente, a colocar a culpa no “sistema”. Sistema esse opressor ao qual todos devem se rebelar. Onde professor não é mais autoridade dentro da sala e sim alguém que pode aprender com o aluno. Onde não existe mais certo e errado e sim pontos de vista diferentes. Onde tudo é relativo. É o famoso método sócio construtivista onde só existem dois elementos: o aluno e o resto do mundo. Esse método triste e ironicamente desconstruiu a base educacional brasileira.

Criou indivíduos sem regras aparentemente livres, porém intencionalmente perdidos. Uma massa densa e incapaz de raciocinar sem apoio. 

Então, sabe quando o Brasil será destaque em níveis educacionais gerais? À partir do momento em que não tiver mais contato com essa escola e com essa pedagogia, ou seja, quando Paulo Freire morrer de fato.

    
    

    


 

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