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Consultoria reduz estimativa da safra de milho de verão

Produção foi estimada em 19,4 milhões de toneladas


Foto: Marcel Oliveira

A produção de milho verão do centro-sul do Brasil foi estimada nesta sexta-feira em 19,4 milhões de toneladas, ante 20,7 milhões na projeção do mês passado e 19,7 milhões de toneladas na safra 2019/20, com a quebra de safra por estiagem principalmente no Rio Grande do Sul impactando os números, de acordo com relatório da consultoria AgRural.

“Uma nova revisão concluída nesta semana pela AgRural fez mais um corte --o terceiro consecutivo-- na expectativa de produtividade do milho verão 2020/21. O motivo é a irregularidade das chuvas nos Estados do Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde as boas chuvas iniciadas na semana passada chegaram tarde demais para áreas plantadas no fim de agosto e início de setembro”, disse a AgRural.

“As chuvas estancaram as perdas em algumas regiões onde a quebra não foi tão severa. Mas no extremo oeste do Rio Grande do Sul, que foi o epicentro dos problemas, já não tem mais o que fazer”, acrescentou o analista Adriano Gomes.

Ele disse que as chuvas ainda estancaram as perdas no sudoeste do Paraná e Santa Catarina.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de milho na primeira safra do país. As perdas impactam as indústrias de ração e, com isso, o setor de carnes lida com preços altos.

Até o início de novembro, o Estado tinha safra estimada em 5,7 milhões de toneladas, ante 3,9 milhões de toneladas no ano passado, segundo a estatal Conab, de um total estimado para o centro-sul do país de 20,6 milhões de toneladas.

A produtividade média estimada pela AgRural, em 110,1 sacas por hectare, pode ser a mais baixa desde a safra 2014/15 no centro-sul. A Conab ainda projeta cerca de 120 sacas por hectare, conforme levantamento de novembro.

Os preços recentemente caíram em relação aos patamares recordes vistos antes no ano com um real mais forte que o dólar. Mas ainda estão em níveis historicamente elevados, na faixa de 75 reais por saca (base Campinas-SP), segundo o Cepea.

Questionado se a seca no Sul já está precificada, o analista afirmou que as quedas de preços vistas tanto no spot quanto para 2021 se devem ao câmbio.

Mas lembrou que a oferta da segunda safra, a maior do Brasil, é outro fator altista, além da quebra pela seca no verão.

“Mas além da menor oferta de milho verão do que o esperado, a safrinha 2021 vai chegar mais tarde devidos aos atrasos na soja”, disse.

A AgRural não divulgou números da safra total do país, que havia sido estimada pela Conab em novembro em 104,9 milhões de toneladas.

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