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Cotações do milho em Chicago igualmente cederam nesta semana

Na Argentina, a tonelada FOB fechou a semana na média de US$ 154,00



As cotações do milho em Chicago igualmente cederam nesta semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 3,62/bushel, contra US$ 3,79 uma semana antes.

O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras acabou se sobrepondo a uma possível redução adicional de área semeada. Assim, o relatório de plantio do dia 30/06, por enquanto, não está provocando grandes movimentos nas cotações do cereal, porém, o mercado aguarda com muito interesse tal relatório, assim como o relatório de estoques trimestrais na posição 01/06 que igualmente será divulgado na oportunidade.

Desta forma, o clima segue sendo o fator central das atenções nos EUA, com o mercado entrando em um período de grande volatilidade. Por enquanto, a julgar pelas condições das lavouras estadunidenses, o clima transcorre normal, pois até o dia 18/06 cerca de 67% das mesmas apresentavam condições entre boas a excelentes, 25% regulares e apenas 8% entre ruins a muito ruins, repetindo o cenário da semana anterior.

Na Argentina, a tonelada FOB fechou a semana na média de US$ 154,00, com mais um recuo, enquanto no Paraguai a mesma ficou estável em US$ 110,00.

No Brasil, a comercialização da safrinha, até este mês de junho, estava baixa, atingindo 31% do total esperado no Centro-Sul do país, contra 58% efetivado na mesma época do ano passado, lembrando que as projeções indicam um aumento de 22 milhões de toneladas nesta colheita de 2017 sobre o colhido no ano anterior. Ou seja, haverá muito milho disponível no mercado nacional logo mais, o que tende a puxar para baixo os preços já fracos do cereal. 

A colheita da safrinha brasileira de milho, no Centro-Sul do país, chegava a 5,4% do total em 16/06, contra 8,2% em igual momento do ano passado, sendo que no Mato Grosso a mesma atingia a 11,8% nesta data, contra 18% no mesmo período de 2016 (cf. Safras & Mercado).

Para piorar o quadro de preços nacionais, as exportações de milho continuam sem reação. Nos 11 primeiros dias úteis de junho vendemos apenas 145.400 toneladas do cereal ao exterior, embora a expectativa para o conjunto do mês seja de 1,3 milhão e o necessário 5 milhões de toneladas. Talvez, com esta nova desvalorização do real nesta semana, se a mesma perdurar, as vendas externas avancem.

Por enquanto, as tradings continuam cortando prêmios no porto e evitam correção de preços no mercado interno diante do início da colheita da safrinha. Muitos estados produtores, como é o caso de São Paulo, terão que optar entre armazenar, vender para embarques futuros ou aceitar os preços internos debilitados. A dúvida é se haverá espaço para armazenar tamanha safrinha que está chegando (cf. Safras & Mercado).

Neste contexto, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 22,75/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 27,00 e R$ 28,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre o mínimo de R$ 14,00/saco em Sorriso (MT) e o máximo de R$ 28,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia. Por sua vez, na Sorocabana paulista os preços ficaram entre R$ 23,50 e R$ 24,00/saco, enquanto o disponível Campinas permaneceu entre 27,00 e R$ 28,00/saco no CIF mercado disponível.

Hoje, da forma como o mercado se encontra, apenas uma forte desvalorização do real, a partir da instabilidade polítcia que atinge o Brasil, poderá alterar para cima os preços do milho. Em isso não ocorrendo, a tendência continua sendo de uma pressão baixista para o segundo semestre diante da enorme safrinha que está sendo colhida.
 

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