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Dia da Bioproteção quer estimular biológicos

O mês de setembro foi escolhido por marcar o início da safra agrícola de grãos e cereais no Brasil


Foto: Pixabay

O Brasil acaba de instituir o dia 23 de setembro como Dia da Bioproteção ou Bioprotecion Day. A iniciativa busca conscientizar e levar mais conhecimento técnico correto ao setor produtivo sobre o uso de bioinsumos e controle biológico nas lavouras. A data foi pleiteada pela Embrapa Soja (PR) e pelo CABI (Centre for Agricultural Bioscience International).

O mês de setembro foi escolhido por marcar o início da safra agrícola de grãos e cereais no Brasil. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Adeney Bueno, um dos organizadores do evento, a conscientização do produtor agrícola a respeito da importância do uso correto de bioinsumos é crucial na construção de uma agricultura cada vez mais sustentável. Ele explica que a expectativa é que anualmente sejam realizados eventos nessa data no Brasil e no exterior em comemoração ao Dia da Bioproteção. “Além de seguras ao meio ambiente, essas práticas atendem também à demanda crescente do mercado consumidor, que busca cada vez mais alimentos produzidos com menor uso de agrotóxicos sintéticos”, complementou Bueno.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy de Capdeville, reforçou que a biodiversidade brasileira é uma fonte inesgotável para prospecção de novos agentes de controle biológico. “Com o auxílio de tecnologias de ponta das áreas de biotecnologia, genômica e nanotecnologia, é possível caracterizá-los e disponibilizá-los ao setor produtivo para desenvolvimento de produtos biológicos”, pontuou.

Capdeville explicou ainda que a parceria com instituições nacionais e internacionais é fundamental para o avanço das ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) nessas áreas, que estão entre as frentes mais importantes no que se refere à agricultura sustentável no Brasil. “Precisamos atuar juntos em um movimento único, harmônico e alinhado com os órgãos certificadores internacionais para fortalecer  não só as ações relacionadas a controle biológico e bioinsumos, como também plataformas de carbono zero, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), entre outras práticas fundamentais à sustentabilidade da agropecuária mundial”, concluiu.

O CEO do CABI, Daniel Elger, explicou que o Centro é uma organização sem fins lucrativos, que busca fornecer informações e utilizar conhecimentos científicos para resolver problemas na agricultura e no meio ambiente em nível mundial. Por isso, o CABI conta hoje com mais de 50 países membros, 11 centros de pesquisa na Ásia, África, Europa e Américas e cerca de 480 profissionais atuando em nível global. O orgão lançou um novo Portal de Bioproteção, no Quênia, em 2020. A plataforma traz informações gratuitas e em tempo real para 16 países, mas o objetivo é incluir outros 25 até o final de 2021. As informações sobre produtos biológicos registrados foram apuradas e referendadas junto aos órgãos competentes de cada país. 

O controle biológico no Brasil cresce o dobro da média mundial anualmente, que é de 10 a 15%. A ideia de utilização de biodefensivos apenas em sistemas orgânicos ficou no passado. Hoje, os produtos de base biológica estão adaptados a grandes commodities, como soja, cana e café, entre outras. Atualmente o país conta com mais de 400 produtos biológicos registrados e já está na terceira geração desse segmento, com mais de 100 empresas com registros ativos de produtos. O Brasil ocupa hoje cerca de 5% do mercado mundial.
 

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