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Novas oscilações nas cotações do milho

Colheita de milho na futura safra estadunidense deverá atingir a 384,4 milhões de toneladas


Foto: Eliza Maliszewski

Ao contrário da soja, as cotações do milho em Chicago oscilaram pouco nesta semana. O primeiro mês cotado fechou esta quinta-feira (25) em US$ 5,54/bushel, contra US$ 5,50 uma semana antes. Segundo o Fórum Outlook, ocorrido na semana passada, a colheita de milho na futura safra estadunidense deverá atingir a 384,4 milhões de toneladas, contra 360,2 milhões neste último ano. A produtividade média ficaria em 187,8 milhões de sacos/hectare, contra 179,9 sacos na última safra. A área semeada deverá atingir a 37,2 milhões de hectares. No entanto, assim como no caso da soja, será o relatório de intenção de plantio, do dia 31/03, que dará uma definição para esta questão da área.

Já as projeções de estoques finais de milho nos EUA, para 2021/22, chegam a 39,4 milhões de toneladas, ficando um pouco acima das 38,2 milhões de toneladas do corrente ano. Quanto as exportações estadunidenses, as mesmas devem atingir a 67,3 milhões de toneladas, sendo a China um grande comprador mais uma vez. No atual ano comercial 2020/21 as exportações totais dos EUA, em milho, devem atingir 66 milhões de toneladas

Em tal contexto, a relação estoques/consumo de milho fica em 10,3%, repetindo o que ocorreu na atual safra. Já o preço médio esperado aos produtores estadunidenses do cereal chegaria a US$ 4,20/bushel, contra US$ 4,30 no atual ano comercial. Em termos da realidade atual, os embarques de milho têm sido expressivos em relação ao ano anterior. Na semana anterior os mesmos atingiram, ns EUA, um total de 1,23 milhão de toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. Com isso, o acumulado deste atual ano comercial 2020/21 alcança 24 milhões de toneladas, ou seja, 80% acima do que foi registrado na mesma época do ano anterior. Talvez tais exportações aumentem ainda um pouco mais seu ritmo nas próximas semanas, pois as compras chinesas se mantêm fortes, especialmente agora que as tensões comerciais entre EUA e China tendem a diminuir.

Somente no início de fevereiro, em quatro dias úteis, a China comprou 6 milhões de toneladas de milho dos EUA. Já na Argentina, o plantio da safra de verão de milho estando encerrado, as chuvas têm auxiliado ao bom desenvolvimento da planta, após os prejuízos provocados na primavera, devido a seca, e que atingiram boa parte do plantio inicial. E no Brasil, os preços do cereal continuam elevados, porém, cederam um pouco durante esta semana em algumas praças. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 78,93/saco, contra R$ 44,00 um ano antes. Nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 67,00 em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 84,00/saco em Itapetininga (SP). Já na B3, o pregão da quinta-feira (25/02) apontava o vencimento março/21 com valor em R$ 88,25/saco; maio em R$ 88,17; julho em R$ 83,20; e setembro em R$ 79,85/saco.

Dito isso, no Rio Grande do Sul a colheita do milho de verão chegava a 42% da área na semana anterior, contra 37% na média histórica. O retorno das chuvas em janeiro e fevereiro tem ajudado bastante as lavouras semeadas mais no tarde, já que as do cedo sofreram fortemente com a seca da primavera. A preocupação está agora com o ataque da cigarrinha na maioria das regiões. (cf. Emater). Já no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, o plantio da safrinha de milho atingia a 8,9% da área no dia 19/02, contra a média histórica de 34,1% nesta época. Espera-se que este plantio avance mais rapidamente a partir da segunda metade de fevereiro graças a um clima mais favorável. A área final a ser semeada com a segunda safra de milho deve aumentar 5,7%, atingindo 2 milhões de hectares. A janela ideal de plantio da safrinha, naquele Estado, vai até o dia 10/03.

Em meados deste mês de fevereiro, o preço médio do milho no MS era de R$ 72,63/saco, contra R$ 41,50 um ano antes. Por sua vez, no Mato Grosso, segundo o Imea, o plantio da safrinha atingia a 36% da área esperada, contra 80% na mesma época da safra anterior. Apesar do ótimo avanço neste plantio, na semana, o mesmo está muito distante do ocorrido no ano passado. O custo de produção variável, nesta safra, subiu 12,05% segundo o Instituto. Assim, para cobrir seu custo médio operacional o produtor mato-grossense precisa de um preço médio de apenas R$ 22,43/saco. Como se vê, os atuais preços estão pagando largamente este custo variável, já que os preços atuais, no Estado, estão girando ao redor de R$ 67,00/saco tomando Campo Novo do Parecis como referência. Resta verificar a que preço a safrinha de 2021 será comercializada quando da colheita em julho.

Em paralelo, no Paraná, o Deral informou que 34% da safra de verão de milho estavam colhidos, sendo que 71% das lavouras restantes apresentavam boas condições. Em relação à safrinha, o plantio atingia a 11% da área esperada. Enfim, quanto as exportações de milho, a Secex indicou que nos primeiros 13 dias úteis de fevereiro o Brasil escoou ao exterior 753.104 toneladas. Até este momento o país já exportou 121,3% a mais do que o total exportado em fevereiro de 2020. Com isso, a média diária de embarques fica 206,5% acima da registrada em fevereiro do ano passado, embora esteja 54,5% abaixo do registrado em janeiro de 2021. O preço da tonelada exportada ficou em US$ 204,10 neste mês de fevereiro. Se o país mantiver o atual ritmo de vendas externas, o mês de fevereiro poderá terminar com um total de 1,04 milhão de toneladas exportadas.

*Relatório Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário

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