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Brasil precisa exportar 60% mais para atender China

Potencial para aumentar produção diante de demanda que escaparia dos EUA


As cotações da soja tiveram nesta quinta-feira (21.06) mais um dia de altas no mercado físico brasileiro, apesar das baixas do Dólar (0,51%) e da Bolsa de Chicago (1,01%). De acordo com os índices do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apurados junto aos diversos participantes do mercado, em média os preços subiram 0,62% nos portos e 1,18% no interior do País.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, a razão desta alta descolada dos seus principais fatores de influência é justamente a guerra comercial entre EUA e China. A disputa aumenta o potencial da demanda de soja em grão e de farelo de soja do Brasil, porque a Argentina teve uma queda brutal na sua produção desta temporada e cujos sinais mais evidentes serão as altas nos prêmios nos portos brasileiros.

“Por enquanto, os dois países só anunciaram as sanções, que deverão entrar em vigor no próximo dia 6 de julho e ambos estão esperando que o outro ceda, ou desista, ou apresente uma alternativa e certamente os efeitos serão sentidos mais intensamente na semana da implantação das sanções. Com isto, os movimentos, tanto nos EUA, como no Brasil, serão muito fortes, para cima ou para baixo e, por isso, exigirão mais atenção dos operadores e agricultores brasileiros”, explica. 

OPORTUNIDADE

Segundo declaração do Secretário do Comércio dos Estados Unidos em audiência no Senado, o Brasil teria que elevar em 60% as suas exportações para atender a China no lugar dos EUA. Isso dimensiona o potencial que o Brasil tem, a curto prazo, para aumentar a sua produção diante de uma demanda praticamente certa. 

“Isto significa que, se o nosso país elevasse a sua produção para 189 milhões de toneladas, teria compradores certos, na China. Traduzido para os nossos produtores, justamente num momento em que começam a planejar a próxima safra de soja, se poderia dizer o seguinte: ‘Plantem tudo o que puderem, porque haverá demanda para o que for produzido e a preços lucrativos’”, conclui Pacheco. 

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