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Cotações da soja em Chicago recuaram fortemente nesta semana

Já as inspeções de exportação de soja estadunidense igualmente não foram boas na semana encerrada em 15/06



As cotações da soja em Chicago recuaram fortemente nesta semana, puxadas pelo clima positivo para as lavouras nos EUA e a grande oferta internacional do produto após o relatório do dia 09/06 do USDA. A data do 30/06 se aproxima e o mercado espera a confirmação de uma área em forte elevação neste novo plantio de soja naquele país. Assim, o fechamento desta quinta-feira (22), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 9,04/bushel, contra US$ 9,34 uma semana antes. Esta cotação não era vista desde o início de abril de 2016.

De fato, os meteorologistas esperam chuvas para o Meio Oeste estadunidense neste restante de junho, fato que favorece ao desenvolvimento das lavouras. Neste sentido, as condições das mesmas, nos EUA, melhoraram nesta última semana. Até o dia 18/06 cerca de 67% estavam entre boas a excelentes, contra 66% uma semana antes. Por sua vez, 26% se encontravam em situação regular e apenas 7% em situação ruim a muito ruim. Até o dia 18/06 o plantio da soja nos EUA chegava a 96% da área, contra 93% na média histórica para esta data.

Já as inspeções de exportação de soja estadunidense igualmente não foram boas na semana encerrada em 15/06. As mesmas chegaram a 275.461 toneladas, contra 511.718 uma semana antes. Mesmo assim, no acumulado do atual ano comercial, iniciado em 01/09/2016, o total inspecionado chega a 51,9 milhões de toneladas, contra 44,1 milhões em igual período do ano anterior.

Para completar o quadro baixista em Chicago, os preços internacionais do petróleo recuaram para US$ 43,00/barril, o mais baixo nível dos últimos 10 meses na Bolsa de Nova York, puxando as demais commodities para baixo. 

Aqui na América do Sul a Argentina se aproxima do final de sua colheita de soja, tendo cortado 95% até o dia 18/06. A expectativa continua sendo de uma safra final entre 57 e 58 milhões de toneladas.

Já no Brasil, a nova desvalorização do real após novas acusações contra o governo Temer, além de uma agenda política quase paralisada, comprometendo as reformas e o ajuste fiscal (lembramos que o governo perdeu a votação da reforma trabalhista em uma das instâncias do Congresso nesta semana), colocou a moeda brasileira ao redor de R$ 3,34 por dólar em alguns momentos da semana. Há uma clara tendência de que a crise política atingirá com força a economia, se nada mudar, até setembro próximo, podendo a moeda nacional se desvalorizar ainda mais nos meses futuros.

Neste contexto, os preços no Brasil não chegaram a acusar o recuo em Chicago nesta semana, pois a desvalorização do real compensou aquele recuo. Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 60,57/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 64,50 e R$ 65,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 53,00/saco em Diamantino (MT) e R$ 64,50/saco em Pato Branco (PR), passando por R$ 60,50 em Pedro Afonso (TO) e R$ 61,50/saco em Uruçuí (PI). 

Existe grande preocupação no mercado brasileiro quanto ao represamento das vendas, devido aos baixos preços, fato que deixa muita soja estocada para o próximo ano comercial. Se este vier cheio, não haverá como os preços melhorarem para o próximo ano, salvo uma significativa desvalorização do real entretempos e/ou uma frustração na safra atual dos EUA.
 

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