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Mercado não encontrou no relatório de oferta e demanda

Cotação da soja em Chicago, para o primeiro mês, ensaiou romper o teto dos US$ 9,00/bushel


A cotação da soja em Chicago, para o primeiro mês, ensaiou romper o teto dos US$ 9,00/bushel, porém, encontrou resistências e acabou fechando o dia 12/12 (quinta-feira) em US$ 8,98, contra US$ 8,84/bushel uma semana antes.

O mercado não encontrou no relatório de oferta e demanda, anunciado no dia 10/12, nenhum suporte já que o mesmo praticamente repetiu os números anunciados em novembro, baixando, inclusive, o preço médio a ser recebido pelos produtores estadunidenses, neste ano 2019/20, para US$ 8,85/bushel, contra US$ 9,00 em novembro. Vale dizer que o mercado esperava redução dos estoques finais estadunidenses, fato que não ocorreu neste relatório. Dito isso, será o relatório de janeiro o mais relevante, pois o mesmo contabiliza por inteiro o final da colheita de verão nos EUA, sendo considerado definitivo.

Por outro lado, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano 2019/20, iniciado em 1º de setembro, atingiram a 683.800 toneladas na semana encerrada em 28/11. Esse volume ficou 55% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo sem um acordo comercial com os EUA, a China voltou a liderar as compras semanais, ficando com 298.600 toneladas do total. O mercado ficou decepcionado com as vendas totais pois esperava um volume entre 600.000 e 1,15 milhão de toneladas.

Na prática, a demanda chinesa por soja estadunidense continua aquecida, com os asiáticos aumentando em 40,9% as importações de soja em grão oriunda dos EUA em novembro, em comparação a novembro de 2018. Em outubro o aumento havia sido de 19,8%. As importações de soja em grão, por parte da China, somaram 8,28 milhões de toneladas em novembro, subindo 54% sobre novembro de 2018. No acumulado do ano as importações chinesas alcançam 79 milhões de toneladas, com um recuo de 4,1% sobre igual período do ano passado.

Por sua vez, as inspeções de exportação de soja, por parte dos EUA, chegaram a 1,3 milhão de toneladas na semana encerrada em 05/12, desta feita ficando acima das 1,2 milhão de toneladas esperadas pelo mercado. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 1º de setembro, as inspeções alcançam 17,3 milhões de toneladas, contra 14,2 milhões no mesmo período do ano anterior.

Quanto ao acordo comercial entre EUA e China, após o fracasso da conclusão da Fase Um em novembro, existe otimismo de que o mesmo ocorra a qualquer momento. Todavia, já neste dia 15/12 (domingo) está prevista a entrada em vigor de nova rodada de tarifas sobre produtos chineses, atingindo cerca de US$ 150 bilhões. Se isso vier a ocorrer, o mercado deverá sofrer pressão baixista. Neste sentido, ministros estadunidenses repetem declarações passadas de Donald Trump pelas quais o governo dos EUA desistirá das negociações se um “acordo eventual não for bom para os EUA”. Dito isso, no final desta semana o governo norte-americano já estava disposto a cancelar a imposição de novas tarifas, pois o acordo não ficará pronto até este dia 15/12, porém, estaria bem avançado. Entretanto, isso não foi suficiente para impedir um movimento de correção no mercado, onde vendas de contratos puxaram o bushel para baixo na quarta-feira (11/12), quando o mesmo atingiu a US$ 8,93.

No Brasil, a manutenção de Chicago próximo dos níveis das semanas anteriores e a revalorização do Real para níveis de R$ 4,12 por dólar (nível que não era visto há mais de um mês) acabou estabilizando os preços da soja, com um viés de baixa em algumas regiões. Prêmios entre US$ 0,84 e US$ 0,97/bushel nos principais portos brasileiros em nada ajudou a mudar o quadro.

Desta forma, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 79,03/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 84,00 e R$ 84,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 77,00/saco em Sorriso e Sinop (MT) e R$ 85,00/saco em Patrocínio (MG) e Campos Novos (SC), passando por R$ 83,00 no Paraná e em Goiatuba (GO); R$ 79,00 em São Gabriel (MS); 76,00 em Uruçuí (PI) e R$ 74,00/saco em Pedro Afonso (TO).

A comercialização da última safra chegava a 97% do total no Brasil em 06/12, contra 96% na média histórica. Os dois Estados que ainda mais possuíam soja da safra velha eram Santa Catarina, com 13% a ser vendido e o Rio Grande do Sul com 7%. Quanto a comercialização antecipada da safra nova de soja, o Brasil atingia, até o dia 06/12, um total de 38% negociado, contra 32% na média. O Rio Grande do Sul, com 19% vendido, estava dentro da média histórica; o Paraná atingia a 30%, contra 24% na média; o Mato Grosso 44%, contra 41% na média; o Mato Grosso do Sul com 36%, contra 29%; Goiás com 47% vendido contra 37% na média; São Paulo com 45%, contra 25%; Minas Gerais com 41%, contra 29%; Bahia com 48%, contra 37%; Santa Catarina com 26%, contra 20%; Maranhão 53%, contra 48%; Piauí 48%, contra 39%; Tocantins 50%, contra 47%; e o somatório dos demais Estados produtores com 53% já vendido, contra 42% na média. (cf. Safras & Mercado) Nota-se que apenas o Rio Grande do Sul, guardando sua característica conservadora neste mercado, não supera a média histórica de vendas antecipadas neste início de dezembro.

Por outro lado, o plantio da nova safra chegava a 91% da área nacional em 06/12, contra 93% na média histórica para esta data. O Rio Grande do Sul, com 84%, contra 85% na média, e a Bahia com 80% semeado, contra 85% na média, eram os que mais área tinham a semear, com exceção dos Estados do Nordeste, enquanto os demais praticamente já haviam encerrado o processo. A título de comparação, até a data indicada, a Argentina havia plantado 55% de sua área de soja, contra 58% um ano antes. (cf. Safras & Mercado)

Vale destacar que o mercado começa a se preocupar com possíveis perdas no sul do Brasil e na Argentina devido as poucas chuvas que têm ocorrido em muitas localidades desta região nas últimas semanas.
 

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