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RS: verão menos úmido e mais quente chama atenção

O verão será caracterizado pelo calor persistente e acima da média na Região Sul, especialmente no RS


Foto: Marcel Oliveira

No boletim atualizado em 12 de dezembro, o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de neutralidade climática, sem El Niño ou La Niña. Isto não quer dizer que a temperatura do Pacífico esteja dentro da média. Atualmente, observamos uma área mais aquecida no Centro e Leste do oceano, algo considerado dentro da climatologia pela NOAA (o Pacífico sempre aquece perto do Natal) e que não está associada com o desenvolvimento de um novo El Niño. De qualquer forma, estas oscilações provocam variações intrasazonais. Após 30 dias de estiagem, a chuva forte retornou à fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai justamente pelo aquecimento da porção Leste do oceano.

A tendência foi de que a precipitação continuasse sobre o Sul, Sudeste e Centro-Oeste até o fim da segunda quinzena de dezembro. Já na primeira quinzena de janeiro, o resfriamento do Pacífico Leste ajudará na migração da chuva para o Norte e Nordeste. Por outro lado, o Rio Grande do Sul enfrentará novo período com precipitação inferior a média. O padrão de temperatura mudou com o fim do ano. Após início de primavera com calor no Sudeste e Centro-Oeste e frio no Sul, o verão será diferente com calor excessivo no Rio Grande do Sul e temperaturas mais baixas na maior parte do Brasil.

Temperatura - Previsão Geral

O verão será caracterizado pelo calor persistente e acima da média na Região Sul, especialmente no RS. Sob neutralidade, sem o El Niño observado no verão passado, a chuva será menos frequente e a radiação solar, mais elevada. O resultado será o aparecimento de máximas em torno dos 40°C sobretudo no interior do Rio Grande do Sul. O calor chamará a atenção, pois o desvio da temperatura chega aos 3°C no Oeste do Estado gaúcho. No Paraná e no Leste de Santa Catarina, o calor será mais intenso em março com desvio de 1°C no Leste e Norte do Estado. Nas regiões de Foz do Iguaçu e Chapecó, o calor será mais persistente tanto em fevereiro como em março com desvio de 1°C.

Precipitação - Previsão Geral

Para janeiro no Sul do Brasil, a expectativa é de chuva abaixo da média em praticamente todo o Rio Grande do Sul. Isso não quer dizer ausência total da chuva, mas, teremos vários episódios longos com janelas de tempo seco. Com o predomínio dos dias ensolarados, a temperatura dispara, e de modo geral, teremos um calor acima do normal com temperaturas ultrapassando a climatologia do mês. Entre Santa Catarina e Paraná, a tendência é de chuva dentro ou acima da média, o que não deve impedir os dias quentes. Por mais que os desvios sejam menores comparados ao RS, o calor também se fará presente nos dois estados ao longo do mês de janeiro.

A tendência é de uma exceção apenas no oeste paranaense, onde a temperatura deve ser inferior à média devido a maior frequência de chuva. Em fevereiro, a tendência ainda é de chuva dentro ou acima da média em boa parte da região, dessa vez, até mesmo em áreas do Rio Grande do Sul, como é o caso do noroeste gaúcho. O que não muda é a condição de chuva inferior a climatologia na metade sul gaúcha, em especial no extremo sul e na campanha com vários dias de tempo seco e quente. De modo geral, durante o mês de fevereiro de 2020, a tendência é de calor no Sul do Brasil, sem tendência de anomalias negativas. Em março a chuva começa a ficar mais concentrada sobre o Brasil Central e com isso vai perdendo intensidade inclusive em Santa Catarina. A maior parte do estado catarinense terá chuva dentro ou abaixo da média, assim como no Rio Grande do Sul que volta a ter anomalias negativas em todo o seu território.

Na região Sul do Brasil, o único estado que deve apresentar desvios bons e positivos, ou seja, chuva acima da média, é o Paraná, especialmente o Oeste paranaense que deve registrar episódios frequentes e volumosos ao longo do mês. O tempo mais seco no Rio Grande do Sul continua sendo favorável para o calor intenso. Mas até mesmo entre Santa Catarina e Paraná, a temperatura deve ficar dentro ou acima da média.

Com relação à safra de arroz, a expectativa é de uma boa produtividade, diferente do ano passado em que o El Niño provocou muita chuva sobre as áreas produtoras, comprometendo as atividades de campo. Neste verão, as simulações mais recentes apostam em chuva abaixo da média climatológica, por um lado, o tempo mais seco ajuda no manejo das atividades de campo, mas a longo prazo isso pode se tornar uma grande preocupação pensando no nível dos reservatórios.

Como a falta de chuva já preocupou produtores durante o mês de dezembro, e muitos tiveram que abrir os reservatórios mais cedo que o normal (em janeiro), pode faltar água no final do ciclo do arroz. A colheita vem só em meados de fevereiro ou março, e até lá, pode faltar água para o desenvolvimento das lavouras. Outra grande preocupação é o calor, pois com o predomínio do tempo mais seco e do maior período de luminosidade durante o verão, as temperaturas serão elevadas entre janeiro, fevereiro e março, o que pode gerar complicações na safra.

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