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Cotações em Chicago: reversão de quadro (?)


Argemiro Luís Brum

O comportamento das cotações na Bolsa de Chicago, nesta virada de semestre, dá indicativos de que pode estar havendo uma reversão do quadro, com o início de uma acomodação baixista das mesmas, após praticamente dois anos de altas quase constantes. De fato, no primeiro dia de julho as cotações em Chicago, para a soja, indicavam US$ 13,95/bushel para novembro, após o primeiro mês cotado ter atingido US$ 17,69/bushel no início de junho (quase o recorde histórico). O milho, para dezembro, inicia julho em US$ 6,07/bushel, contra US$ 7,54 no primeiro mês cotado e após ter superado os US$ 8,00 em alguns momentos de abril e maio. O trigo, que chegou a bater em US$ 12,77/bushel em meados de maio, neste início de julho recuava para US$ 8,31. O farelo de soja, após atingir um pouco mais de US$ 500,00/tonelada curta, em determinado momento do primeiro semestre, agora gira ao redor de US$ 460,00, após quase ter rompido o piso dos US$ 400,00 no início de junho. Enfim, o óleo de soja, após bater seu recorde histórico em 08/06, ao fechar em 82,94 centavos de dólar por libra-peso, iniciou julho valendo 65,68 centavos. Dentre os principais fatores para este comportamento temos: o sentimento de que os efeitos da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia já estariam assimilados, salvo surpresas; o anúncio dos relatórios de plantio e de estoques trimestrais, nos EUA, no dia 30/06, confirmou as expectativas do mercado, permitindo esperar, em clima normal, uma safra recorde de soja naquele país, entre 123 e 126 milhões de toneladas, além de estoques em elevação para a soja e milho; o fato de o mercado considerar que o crescimento econômico mundial, neste ano, a começar pela China, será menor do que o esperado; e, principalmente, a alta dos juros básicos nos EUA devido a elevada inflação local (com isso os especuladores - Fundos em particular - vendem seus contratos de commodities nas Bolsas e compram títulos públicos estadunidenses, valorizados pela alta dos juros, alta esta que deverá continuar no restante do ano). Por enquanto, estamos diante de uma tendência, a qual ainda não se consolidou. Haja vista que existe um fator conjuntural que pode alterar o quadro baixista no curto prazo. Trata-se do clima nos EUA. Se o mesmo não colaborar com sua atual safra de verão haverá, novamente, pressão altista sobre as cotações.

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