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Quem vai pagar a conta?


Argemiro Luís Brum

O Brasil vive, especialmente nos últimos 15 anos, uma polarização política que vem prejudicando sua economia. A partir de 2007 tal polarização descambou para ações políticas sempre mais populistas, gerando toda sorte de problemas que desorganizaram nossa economia. A conta, dos erros cometidos neste período, já está sendo cobrada da Nação. Afinal, até hoje não corrigimos tais erros.

Ao contrário, a eles somamos, em muitas áreas, outros tantos erros na atual gestão. Um exemplo: a nova disparada inflacionária, agora em plena pandemia, não se deve a esta última, embora ela tenha seu quinhão de participação. O fator preponderante foi o ministro da Economia apostar em uma desvalorização do Real, associada a uma baixa de juro básico, desproporcional. Com isso, a moeda brasileira foi a que mais perdeu valor no mundo em 2020/21, ainda alimentada pela incompetência da gestão pública nacional nas diferentes áreas de poder.

Com isso, e diante de preços internacionais em elevação, se exportou acima do que se deveria, levando o país a um desabastecimento, especialmente de alimentos e matérias primas, e se importou bens cada vez mais caros, dentre eles o petróleo. Conseguimos gerar estagflação em plena economia recessiva, prejudicando ainda mais a população, já duramente atingida pela pandemia e a péssima gestão sanitária em relação a ela. E são inúmeros os exemplos negativos na condução econômica nestes últimos 15 anos, a ponto de praticamente inviabilizarmos o funcionamento do Estado.

O custo de tudo isto, além de mais uma década economicamente perdida entre 2011 e 2020, é iniciarmos nova década sem perspectiva alguma de melhoria substancial. E o horizonte político para as eleições presidenciais de 2022 é sombrio, pois continua indicando a persistência da polarização populista. Assim, temos um longo caminho pela frente, cujo cerne da decisão a ser tomada está no fato de nossa sociedade ter que decidir com quem ficará a conta deste descalabro econômico que alimentamos nestes anos. Se fica com os mais pobres, com o corte de programas assistenciais, redução de investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, ou para os mais ricos, realizando as reformas administrativa, tributária e outras tantas, com profundidade e seriedade, acabando com os privilégios de toda a ordem para determinados grupos.

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