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As políticas públicas e seus reflexos


Vinícius André de Oliveira

Nada cria mais oportunidades e melhoria na vida das pessoas do que políticas públicas adequadas e uma economia ativa e pujante. Existem diversas formas para definir qual o melhor caminho na condução da atividade econômica e muita discussão sobre isso. Em tempos de crise, como estamos vivendo, a decisão sobre qual o rumo certo fica ainda mais difícil, pois qualquer medida econômica leva um tempo para demonstrar efeitos práticos.

No meio do processo de correção e de ajustes ainda devemos considerar os interesses políticos de grupos e da própria sociedade. Na área econômica, geralmente, o que é bom para o coletivo é demorado e tem um custo para todos. Isso dá margem para a politicagem de pessoas que vivem de sugar a população mais carente, que por conta de anos de sofrimento acaba pensando somente nas suas necessidades prioritariamente e desconsiderando o bem comum. Não podemos culpá-los. Aprenderam a criar mecanismos de defesa e já não tem mais a capacidade de entender que políticas públicas que efetivamente demonstram resultados práticos não são gratuitas, reflexo do assistencialismo praticado em diversos países e no Brasil não é diferente. 

Para transformar um lugar e uma sociedade é preciso muita coragem para dizer a verdade. Ter a capacidade de desenvolver projetos pensando em cada ramo de atividade, em cada demanda da população sem deixar de atender o básico e lutando contra aqueles que mantém seus privilégios deixando tudo como está é um processo complexo. E para esses quanto mais crise e problemas, melhor.

Para quem olha de fora parece fácil enxergar que falar o que as pessoas querem ouvir não resolve seus problemas, mas muito difícil para quem está no centro da crise visualizar que pode facilmente estar sendo manipulado. Quem está em situação difícil e não tem suas necessidades básicas atendidas aceita qualquer coisa e não pensa nas consequências. Diversos países, regiões inteiras e cidades apresentam estrutura precária em todos os setores e a população vive de esmola de governos sem se dar conta de que deveriam arcar com seus deveres e exigir seus direitos. Quando alguém diz que vai solucionar os problemas e isso não terá custo algum, desconfie!

Políticas públicas pensadas em quem mais precisa devem ser feitas com a verdade mesmo que isso, a princípio, pareça ter um custo alto.  Um lugar adequado para se viver resulta de ações bem elaboradas e de planejamento. Para isso, são necessários recursos financeiros, conhecimento técnico, boa vontade para enfrentar resistências e capacidade de mostrar que todos fazem parte do mesmo processo.  

Vencidas essas barreiras o círculo vicioso se inverte e começa a transformar a economia local, atrair novos investimentos o que inevitavelmente trará renda e autonomia para a população. O ideal é que a população avance e consiga suprir suas necessidades por conta própria sem depender de ninguém.

Se a parte da população que utiliza os serviços públicos prioritariamente pudesse fazê-lo de forma temporária, ou seja, na fase de sua vida em que ainda está se estruturando todos esses serviços poderiam ter sua qualidade aumentada. Enquanto as pessoas continuarem a ser educadas a permanecer dependentes de serviços “gratuitos”, os recursos serão cada vez mais insuficientes e todos pagarão um preço alto por um baixo retorno. E quem sofrerá será o mais carente, que não tem opção. 

A sociedade deve amadurecer e começar a pensar que os reflexos de políticas públicas de verdade só virão com a contribuição de todos e quando entenderem que não devem se opor às mudanças e aos custos e sim cobrar seus direitos a partir do momento que estão com os deveres em dia.
 

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