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Seguro paramétrico é uma boa alternativa para o agronegócio


Henrique Tresca

Entre as principais dificuldades em se oferecer um seguro agrícola tradicional, ou seja, seguro multirrisco, para grandes produtores ou para micro produtores está o seu alto custo e a diferença na gestão de riscos comparada para cada escala de produção. Logo, visando suprir tais necessidades, surgiu recentemente um novo produto no mercado brasileiro chamado de seguro paramétrico.

O seguro paramétrico é um produto baseado em índices pré-determinados no contrato, ou seja na apólice. Portanto, ao invés de basear o pagamento de indenizações nos sinistros observados e regulados como no seguro agrícola tradicional, esta modalidade prevê pagamento de acordo com os índices segurados na apólice. Os três principais tipos são: índice de produtividade de uma determinada região ou área, índice climático e índice de vegetação.

Esse produto se mostra atrativo não apenas para grandes produtores, mas de forma bastante positiva também para regiões de agricultura relativamente precária, de pequena escala e sem o emprego de tecnologia como em algumas regiões do Nordeste do Brasil e África. Ambas, apresentaram problemas de secas prolongadas ao longo dos últimos anos. Nestes casos, o seguro se torna não apenas um instrumento financeiro como também um instrumento social de recuperação da agricultura local.

O produto mais comum no Brasil é o seguro paramétrico de índices climáticos. Este seguro é ofertado de forma exclusiva para cada cliente, pois é um produto feito sob medida para atender os riscos que o cliente quer segurar num determinado período. Sua estrutura varia com a necessidade do segurado. No agronegócio, uma estrutura comum é a cobertura de um índice mínimo de chuva em milímetros num determinado período de interesse da cultura segurada. 

Por se basearem em índices climáticos pré-determinados, a regulação de sinistro torna-se mais simplificada, permitindo um preço mais atrativo e um pagamento de indenizações mais eficiente e rápido.

Normalmente, para evitar o conflito de interesse nos dados analisados, este produto utiliza fontes de dados oficiais dos índices que foram estruturados. Alguns exemplos de fontes usadas são: IBGE, DERAL, CONAB, INPE, NASA, entre outros. Todos os índices utilizados são expressos previamente na apólice.

Falta de chuva nas semanas de plantio podem atrasar o ciclo e colocar a cultura numa janela de maior risco. Falta de chuva nas semanas de alta exigência hídrica, como na fase de enchimento de grãos no milho, pode afetar drasticamente sua produção. Excesso de chuva no período da colheita, como no caso da soja em que é necessário tempo seco, pode atrasar a colheita, reduzir a produção e até diminuir a qualidade do grão. Esses são exemplos de aplicabilidade de um seguro rural paramétrico.

Henrique Tresca*

*Fundador do Portal Seguro Rural (www.portalsegurorural.com.br).
Atua no ramo de seguro e resseguro para o agronegócio

 

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