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Análise de mercado: Preços de trigo oscilaram em agosto

Compradores esperavam maior oferta e preços abaixo dos registrados no primeiro semestre para a safra 2018/19


Os preços de trigo oscilaram em agosto. De um lado, compradores esperavam maior oferta e preços abaixo dos registrados no primeiro semestre para a safra 2018/19; de outro, vendedores acreditavam que o clima adverso, especialmente nos últimos dois meses, prejudique a qualidade e reduza a disponibilidade do cereal – no Paraná, as primeiras lavouras de trigo começaram a ser colhidas na região norte do estado, mas triticultores reportam que a qualidade, até o momento, é inferior à esperada.

No acumulado do mês (de 31 de julho a 31 de agosto), as cotações do cereal no mercado de balcão (valor pago ao produtor) subiram 2,5% no Rio Grande do Sul, mas recuaram 4,1% no Paraná e 0,3% em Santa Catarina. No mercado de lotes (comercializações entre empresas), os preços subiram 2,4% em Santa Catarina e 1,2% no Rio Grande do Sul, mas recuaram 0,6% no Paraná. De modo geral, o que se verificou foram comercializações pontuais.

Dados do Deral apontam que, até o final de agosto, cerca de 1% do total implantado havia sido colhido em Campo Mourão e Maringá. No Rio Grande do Sul, a Emater apontou que 75% das lavouras estavam em fase de desenvolvimento vegetativo até o final de agosto, 22%, em floração e 3%, em enchimento de grãos. O clima no estado nas últimas semanas do mês deixou triticultores em alerta, visto que houve ocorrências de geadas e granizo em algumas localidades. Até o final do mês, ainda não tinha sido possível mensurar se houve danos significativos às lavouras.

Na Argentina, o semeio já foi finalizado. A Bolsa de Cereales aponta que, na última semana de agosto, determinadas regiões apresentavam boas condições para o desenvolvimento do trigo. Já nos arredores de Córdoba, o solo apresenta baixo índice de umidade, o que vem limitando o desenvolvimento das lavouras implantadas.

Darivados – O mercado de derivados de trigo também registrou oscilações de preço em agosto, refletindo especialmente a baixa liquidez de alguns produtos. Em relação ao farelo de trigo, agentes esperavam que o escoamento aumentasse, uma vez que não havia espaço físico adequado para armazenamento. Ainda assim, em algumas praças, as cotações deste produto subiram, refletindo a baixa disponibilidade de trigo para processamento, o grande volume de farinha em estoque e as recentes valorizações do milho.

Quanto às farinhas, boa parte dos agentes aguardava a entrada do novo trigo para avaliar a possibilidade de negociação de lotes mais alongados do derivado. A intenção era fechar volumes nos mesmos patamares de preços para até dois ou três meses, caso a qualidade do cereal seja boa. No balanço de julho para agosto, os preços do farelo de trigo ensacado subiram 0,38%, enquanto os do produto a granel recuaram 0,79%. Quanto às farinhas, para os segmentos de panificação, massas em geral, massas frescas, bolacha salgada e pré-mistura, os preços registraram desvalorizações de 0,76%, 0,76%, 0,29%, 0,05% e 0,04%, respectivamente. Já para as farinhas para bolacha doce e integral, as cotações avançaram 0,87% e 0,82%, na mesma ordem.

Internacional – Nos Estados Unidos, os preços subiram com força, refletindo as condições desfavoráveis ao cultivo do cereal, a expectativa de exportações russas limitadas e as maiores vendas do produto dos EUA na penúltima semana do mês.

De julho para agosto, as cotações médias do contrato de primeiro vencimento do trigo Soft Red Winter na CME Group tiveram alta de 5,8%, a US$ 5,3832/bushel (US$ 197,80/t) no mês passado. Para o trigo Hard Winter, o contrato de mesmo vencimento na Bolsa de Kansas avançou fortes 7,8%, a US$ 5,4508/bushel (US$ 200,28/t) na média mensal.

Na Argentina, os valores encerraram o mês em queda, devido às boas condições das lavouras do cereal naquele país. Dados do Ministério da Agroindústria apontam que, no acumulado de 31 de julho a 31 de agosto, os preços FOB no porto de Buenos Aires caíram 1,2%, a US$ 241,30/t na média mensal.

SECEX – Em agosto, segundo dados da Secex, as importações brasileiras de trigo em grão somaram 632,09 mil toneladas, volume 16,6% inferior ao registrado em julho. Do total importado, 85% vieram da Argentina, 6,3%, dos Estados Unidos, 4,5%, do Paraguai e 4,1%, da Rússia. Para o segmento de farinhas, as importações diminuíram 10% de um mês para outro, mas as exportações se elevaram em 35,5% no mesmo comparativo.

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