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Análise semanal do mercado do trigo

Análise semanal do mercado do trigo


As cotações do trigo em Chicago recuaram bastante durante esta semana. O fechamento desta quinta-feira (20) ficou em US$ 4,06/bushel, contra US$ 4,29 uma semana antes. O valor atual não era visto desde o primeiro dia útil do ano (02/01/2017), quando o bushel registrou igualmente US$ 4,06.

São pequenas as perspectivas de preços melhores do que os ultimamente praticados, diante do volume de oferta mundial, confirmado pelo último relatório do USDA de oferta e demanda.

Ao mesmo tempo, houve pressão negativa devido ao fraco movimento exportador por parte dos EUA. Essa fraca demanda pelo trigo estadunidense e boas chuvas que favorecem o desenvolvimento das lavouras de trigo de inverno naquele país foram inibidores para os preços. O recuo só não foi maior porque os fundos voltaram a comprar contratos do cereal na Bolsa e se constata um ritmo mais lento no plantio do trigo de primavera nos EUA.

No Mercosul, a tonelada de trigo FOB exportação melhorou um pouco, passando a valores entre US$ 175,00 e US$ 192,00.

No Brasil, a baixa liquidez continuou sendo a tônica do mercado, pois os preços locais estão muito baixos, os moinhos abastecidos e ainda entra muito trigo importado já que o câmbio continua favorável às compras externas. Além disso, com o forte recuo do milho, a venda de trigo para ração diminuiu bastante em relação ao ano anterior, fazendo com que aumentem os estoques deste último cereal.

No final da corrente semana houve um melhor movimento de compras, especialmente no Paraná, na medida em que os moinhos já começam a apresentar espaço em seus armazéns para novas aquisições diante dos baixos preços praticados. Todavia, os produtores tentam segurar o produto na expectativa de alguma melhora nos preços futuramente. Igualmente, já entra menos trigo paraguaio no Paraná, aliviando a pressão de oferta. Enfim, no norte deste Estado a redução do crédito no ICMS causa queda nas vendas para São Paulo, tornando os negócios mais lentos. No Rio Grande do Sul, graças aos leilões públicos, a oferta diminuiu um pouco e alguma recuperação pontual de preços já está mais presente.

Neste sentido, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 27,98/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco. No Paraná, os lotes igualmente ficaram entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco, enquanto o balcão se consolidou entre R$ 31,00 e R$ 34,00/saco. Já em Santa Catarina, o preço médio de balcão se manteve em R$ 32,00/saco.

Enfim, o governo brasileiro voltou a realizar leilões de Pepro e de Pep neste último dia 18/04. Foram ofertados recursos para escoar 60.000 toneladas, sendo 30.000 em Pep e 30.0000 em Pepro. No primeiro caso, houve demanda para 87,5%, equivalente a 26.250 toneladas, com o prêmio ficando em R$ 174,90/tonelada. Já os leilões de Pep não tiveram demanda, o que levou a nenhuma realização de negócios. Na prática, tais leilões permitem que a situação do mercado apenas não piore mais, já que de uma produção superior a 6 milhões de toneladas o país escoou menos de uma milhão de toneladas, mesmo com uma oferta de subsídios para mais de 2,3 milhões de toneladas (cf. Safras & Mercado).

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