CI

Bons desempenhos do milho e da soja deram sustentação ao trigo

No início da semana, os bons desempenhos do milho e da soja deram sustentação ao trigo


As cotações do trigo em Chicago recuaram forte durante a semana, com o fechamento da quinta-feira (18) ficando em US$ 4,93/bushel, contra US$ 5,36 uma semana antes. Pela primeira vez, desde o início de junho passado, o primeiro mês cotado rompeu o piso dos US$ 5,00/bushel.

No início da semana, os bons desempenhos do milho e da soja deram sustentação ao trigo. Porém, tal movimento durou pouco tempo, e o mercado passou a ser pressionado pelo avanço da colheita do trigo de inverno nos EUA. Até o dia 14/07 a mesma atingia a 57% da área, contra a média de 71% para esta época. Mesmo assim, diante das questões climáticas, seu avanço é considerado bom. Além disso, também até o dia 14/07 as condições das lavouras de trigo de primavera apontavam 76% entre boas a excelentes, 20% regulares e apenas 4% entre ruins a muito ruins.

Somou-se a isso os fracos números das inspeções de trigo estadunidense. O mesmo ficou em 315.358 toneladas na semana encerrada em 11/07, enquanto o mercado esperava algo em torno de 500.000 toneladas.

No Mercosul, os valores de refência permanecem entre US$ 230,00 e US$ 240,00/tonelada, enquanto a safra nova argentina se manteve em US$ 185,00, em ambos os casos na compra.

Já no Brasil, o mercado ficou estável, com o balcão gaúcho se fixando em R$ 41,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 46,80/saco. No Paraná e Santa Catarina, tanto os valores de balcão quanto de lotes não sofreram modificações em relação a semana anterior.

Em termos de plantio, enquanto no Paraná o mesmo está concluído, no Rio Grande do Sul atingia a 96% até o final da semana anterior, devendo estar concluído neste momento. Na Argentina, o mesmo chegava a 86% da área em meados de julho. Os argentinos deveram semear a maior área de trigo dos últimos 18 anos, com a mesma atingindo a 6,6 milhões de hectares.

Neste contexto, a questão central passa a ser o clima nas regiões produtoras. Diante disso, estão sendo contabilizadas as perdas provocadas pelas fortes geadas deste mês de julho no Paraná e parte de Santa Catarina, já que no Rio Grande do Sul as mesmas foram benéficas, pois a planta de trigo está em seu estágio inicial. Neste sentido, novas geadas ocorreram nesta semana em muitas regiões do sul do país.

Diante do fenômeno, por enquanto o Deral paranaense já elevou as condições negativas das lavouras daquele Estado, com 9% ruins (5% no ano passado), 24% regulares (20% no ano passado) e 67% entre boas a excelentes (85% na semana anterior e 75% no ano anterior nesta época). Assim, o quadro das lavouras de trigo no Paraná está pior neste ano e ainda deverá haver redução nestes percentuais positivos nas próximas semanas. 

Enfim, as primeiras estimativas para a nova safra, antes das perdas motivadas pelas geadas, indicavam uma safra brasileira em 5,9 milhões de toneladas (12% acima do registrado no ano passado), sobre uma área semeada de 2,04 milhões de hectares (1% abaixo do ano anterior). A produção final do Paraná era esperada em 3,05 milhões de toneladas (+18%) e a do Rio Grande do Sul em 1,98 milhão (+5%). Os dois Estados somados produziriam 85% da safra nacional deste ano de 2019. Com isso, as importações brasileiras do cereal estavam previstas em 6,5 milhões de toneladas para o corrente ano comercial. (cf. Safras & Mercado)

Quanto a produção do Mercosul, a mesma está estimada em 27,8 milhões de toneladas para 2019/20, ou seja, um milhão de toneladas acima do ano anterior. Deste total, serão exportadas 15,4 milhões, ou seja, 300.000 toneladas acima do ano anterior. 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.