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Conab vê aumento na safra de trigo do Brasil em 2019

Conab estimou as importações brasileiras em 2019 em 7,2 milhões de toneladas, estável ante a estimativa de abril


A safra de trigo do Brasil poderá ter leve crescimento de 0,7 por cento neste ano na comparação com 2018, para 5,47 milhões de toneladas, apesar de uma redução de 3,3 por cento na área plantada, uma vez que há expectativa de aumento das produtividades.

“A redução (na área) reflete os resultados obtidos no ciclo passado, quando o cereal colhido não apresentou qualidade satisfatória, desestimulando os produtores”, afirmou o Ministério da Agricultura em nota.

Produtores no Paraná, principal Estado brasileiro, onde o plantio já começou, enfrentaram uma série de adversidades, como chuva na colheita e geadas nos últimos anos.

Dessa forma, o plantio do principal grão de inverno, que deve se intensificar em maio no país, atingirá uma área de 1,97 milhão de hectares, o que representa redução de 68 mil hectares em relação à safra anterior, segundo a estatal Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Após problemas climáticos, o governo avalia que a produtividade média do país pode subir para 2,77 toneladas por hectare, alta de 4,2 por cento na comparação anual.

Uma boa produção de trigo no Brasil tende a reduzir a necessidade de importação do país, um dos maiores importadores globais, que se abastece majoritariamente na Argentina.

A Conab estimou as importações brasileiras em 2019 em 7,2 milhões de toneladas, estável ante a estimativa de abril. O volume aponta uma queda de 100 mil toneladas ante 2018, quando o país importou um dos maiores volumes da história.

SOJA E MILHO

A Conab ainda elevou ligeiramente suas projeções para as safras brasileiras de soja e milho, as principais do país.

Agora a estatal projeta a produção total de milho em 95,25 milhões de toneladas, ante 94 milhões na previsão de abril e 80,7 milhões de toneladas na temporada passada, atingida por problemas climáticos.

O aumento é puxado pela recuperação da segunda safra do cereal, prevista agora em 69,1 milhões de toneladas, ante 68,1 milhões na estimativa de abril e apenas 53,9 milhões de toneladas no ano passado, quando a seca derrubou as produtividades.

A maior projeção para o milho vem na esteira de “chuvas que ocorreram nos últimos meses nas regiões produtoras da segunda safra do grão, principalmente no Centro-Oeste”, afirmou a Conab, em avaliação feita em momento em que a outrora “safrinha” já está sendo colhida.

“Além do clima favorável, em todo o ciclo da cultura o produtor pôde também aproveitar integralmente a janela ideal de cultivo, uma vez que houve antecipação da colheita da soja”, explicou em nota o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Guilherme Bastos.

Enquanto a Conab vê possibilidade de o país colher sua segunda maior safra da história de milho, a consultoria privada AgRural já aponta um recorde na temporada 2018/19 de 99,2 milhões de toneladas do cereal.

Apesar da previsão de colheita maior, a Conab não alterou sua projeção de exportação de milho, que deverá somar um recorde de 31 milhões de toneladas em 2019.

“O relatório da Conab ratifica a percepção de que teremos uma grande produção de milho ‘safrinha’, o que exigirá um aumento significativo das exportações para que possamos reduzir os níveis de estoques de passagem para a próxima safra”, disse o analista sênior de agronegócio do Itaú BBA, Guilherme Bellotti.

Na temporada passada, os embarques do país somaram 24,7 milhões de toneladas.

O resultado disso é que os preços no Brasil deverão seguir pressionados ao longo de 2019, acrescentou Bellotti, o que tem beneficiado a indústria de carnes, com menores custos.

Para a soja, a Conab reduziu a sua previsão de exportação em 2 milhões de toneladas, para 68 milhões de toneladas, ante um recorde de quase 84 milhões no ano passado. A Conab seguiu os números de exportação da associação da indústria, a Abiove, que apontou menor demanda na China.

A queda na exportação ocorre apesar de um aumento na expectativa de produção de soja, estimada agora em 114,3 milhões de toneladas, frente a 113,8 milhões em abril e 119,28 milhões em 2017/18.

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