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Cotações do trigo em Chicago

O fechamento desta quinta-feira não era visto desde meados de abril passado.


Foto: Paulo kurtz/ Embrapa

As cotações do trigo igualmente recuaram nesta semana, com o bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechando a quinta-feira (17) em US$ 6,39, contra US$ 6,83 uma semana antes. O fechamento desta quinta-feira não era visto desde meados de abril passado.A colheita do trigo de inverno nos EUA, até o dia 13/06, chegou a 4% da área esperada, contra a média histórica de 15% para esta data. Já as condições das lavouras a serem colhidas atingiram a 48% entre boas a excelentes, 32% regulares e 20% entre ruins a muito ruins. Já o trigo de primavera apresentava 37% das lavouras em condições entre boas a excelentes, 36% regulares e 27% entre ruins a muito ruins.

Quanto às exportações de trigo estadunidense, as mesmas somaram 480.341 toneladas na semana no 10/06, ficando dentro do esperado pelo mercado. No acumulado do ano comercial, que se iniciou neste 1º de junho, atinge a 673.329 toneladas, sendo 16% menor do que no mesmo período do ano anterior. No Brasil, os preços do trigo igualmente cederam um pouco mais. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 82,39/saco, enquanto no Paraná a média recuou para R$ 80,00/saco.

Os preços nacionais do trigo continuam enfraquecendo na medida em que se espera uma safra cheia e as importações ficam mais competitivas com o atual câmbio. Mesmo assim, os atuais preços estão bem acima dos praticados no ano passado nesta época. Segundo a Conab, espera-se uma colheita total no Brasil de 6,94 milhões de toneladas do cereal na atual safra, o que seria um recorde.

Por outro lado, a Fecoagro atualizou suas projeções de custo de produção para o trigo gaúcho nesta safra 2021. Agora, os custos totais chegam a R$ 4.305,01/hectare, considerando 60 sacos/ha de produtividade. Com isso, o custo por saco chega a R$ 71,75. Ou seja, pelos atuais preços pagos ao produtor, ainda há um ganho ao redor de R$ 11,00/saco. Todavia, se a safra vier cheia a tendência é preços em recuo mais acentuado a partir de setembro, quando começa a colheita no Paraná.

O atual custo representa um acréscimo de 31,7% sobre o registrado na safra passada. Considerando apenas o custo variável, o mesmo atinge a R$ 3.187,02/hectare, com aumento de 32,5% em um ano. Neste caso, o produtor precisará colher 37,9 sacos/hectare de média para pagá-lo, enquanto será necessário 51,2 sacos para cobrir o custo total. Apesar destas altas no custo, há uma boa melhora na relação de troca desde a safra de 2013, pois se reduziu em 16,9% o número de sacos de trigo para cobrir os custos de produção. Obviamente levando-se em conta um preço médio de R$ 84,00/saco, algo que já não está mais presente no cenário estadual. Como não poderia deixar de ser, o forte aumento nos custos de produção veio na esteira dos produtos que dependem do câmbio, já que o Real esteve muito desvalorizado até há pouco tempo.

A Fecoagro espera, ainda, que o Rio Grande do Sul colha 3,5 milhões de toneladas de trigo neste ano, desde que o clima colabore, já que a área semeada avançou mais de 15% sobre o ano anterior. Enfim, a título de complemento, a multinacional Bunge, maior compradora e processadora de trigo no Brasil, informou que irá retomar suas operações de moagem do cereal no Moinho Brasília, que estava parado há cerca de três anos. Este moinho tem capacidade de processar 300 toneladas por dia e visará atender ao mercado nacional, com farinha de trigo para panificação, indústrias, consumo final, além de farelo de trigo. A Bunge tem sete moinhos distribuídos pelo território brasileiro,

processando mais de um milhão de toneladas por ano. Além do Distrito Federal, os produtos do Moinho Brasília também atenderão aos Estados de Goiás, Mato Grosso, Acre, Rondônia e Tocantins. 

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