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Cotações do trigo voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 215,00 e US$ 225,00


As cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana e voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel, fato que não ocorria há mais de 30 dias. O fechamento desta quinta-feira (25) ficou em US$ 4,87/bushel, contra US$ 5,13 uma semana antes.

O clima mais seco nos EUA favoreceu ao plantio do trigo de inverno, sendo que até o dia 21/10 cerca de 72% da área local havia sido semeada, contra 77% na média histórica. Ao mesmo tempo, as exportações do cereal estadunidense, mesmo sendo positivas, ficaram dentro do esperado pelo mercado, não causando maiores reações altistas. As mesmas atingiram a 476.000 toneladas na semana encerrada em 11/10, ficando 40% acima da média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação, na semana encerrada em 18/10, chegaram a 385.047 toneladas, desanimando um pouco o mercado.

Para temperar a pressão baixista, veio a notícia de que o Brasil, diante das perdas importantes que começam a ser constatadas em sua safra atual, deverá voltar a importar trigo dos EUA, especialmente agora que o câmbio se tornou bem mais favorável. Entretanto, a notícia de que a Ucrânia poderá ter uma safra um pouco maior do que o esperado (64 milhões de toneladas) esfriou parcialmente o mercado no final da semana.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 215,00 e US$ 225,00, na compra. Já para a safra nova a mesma ficou em US$ 215,00, igualmente na compra.

Por sua vez, no Brasil, os preços do trigo voltaram a recuar diante da pressão da colheita, apesar das quebras importantes que começam a ser constatadas. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 39,23/saco, enquanto os lotes recuaram para R$ 45,00/saco. Em uma semana, os lotes no mercado gaúcho perderam 11,8% em seu preço. No Paraná, o balcão veio entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes caíram para valores entre R$ 51,60 e R$ 52,20/saco. O recuo no preço dos lotes paranaenses ficou, na semana, entre 3,3% e 9,5%, dependendo da região. Em Santa Catarina, igualmente o balcão ficou entre R$ 42,00 e 43,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficaram em R$ 48,60/saco. O recuo no preço dos lotes nesta região chegou a 7,4% nesta semana.

Portanto, o viés é de baixa para o trigo nacional nas próximas semanas, embora o clima ruim continue atingindo muitas lavouras ainda no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Neste contexto, a indústria, aproveitando-se de um câmbio bem mais favorável, vem se abastecendo de trigo importado, o qual acaba apresentando preços interessantes na atualidade. E isso ocorre também porque o trigo até agora colhido no Brasil não apresenta a qualidade desejada pelos moinhos locais.

No Paraná, nesta última semana, a chuva atrasou a colheita, mais uma vez, em muitas regiões, causando novos prejuízos às lavouras. No Rio Grande do Sul, produtores continuam reportando rendimentos bem abaixo do esperado, com qualidade de mediana a ruim na maioria das lavouras já colhidas.

Nestas condições, as importações de trigo por parte do Brasil serão bem mais volumosas neste novo ano comercial do que o previsto inicialmente. Assim, os produtores brasileiros assistem a um recuo dos preços pela pressão da colheita e devido a baixa qualidade do grão, mesmo diante de uma safra bem menor do que o esperado inicialmente.

Em síntese, a colheita no Paraná se aproxima dos 80% da área, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma chegaria ao redor de 25% neste final de semana. Nos dois casos, as perdas de produção são importantes, assim como a forte redução na qualidade do produto colhido. Este quadro tende a manter firmes os preços do produto de qualidade superior, porém, deverá continuar reduzindo os preços médios praticados no balcão para o produto em geral. Especialmente se o câmbio continuar favorecendo às importações, como tem sido o caso desde que voltou à casa dos R$ 3,70 por dólar.
 

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