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Perspectiva de alta nos preços do trigo no 1º semestre

Queda do Dólar incentiva importações no Brasil, e altas recentes alertaram os moinho


O analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco, a perspectiva é de alta para os preços do trigo no primeiro semestre deste ano. O especialista elenca uma série de fatores que estão influenciando o mercado atual do cereal de inverno no Brasil e no Mercosul.

No País, um dos principais fatores que afetam o mercado de trigo brasileiro neste momento é o fato de que os moinhos estão abastecidos “no mínimo até o final de fevereiro, alguns até março e uns poucos até julho-agosto”. Outro ponto que turbina o cereal é a queda do Dólar, que incentiva importações no Brasil.

Ele também aponta que o trigo argentino caiu US$ 3,0/t nos últimos 30 dias, por pressão da colheita: “Alguns moinhos brasileiros reportaram problemas nas farinhas feitas com trigo do norte do país, que colheu primeiro, por isso é preciso garimpar com cuidado”. Afirma ainda que, como a maior parte dos analistas concorda que o preço voltará a subir forte, há aumento discreto das compras de moinhos brasileiros”.

De acordo com Pacheco, o trigo paraguaio sofreu os mesmos problemas que o trigo do Oeste do PR, especialmente na qualidade, podendo ser usando, nesta safra, se não forem colocados aditivos ou misturados a melhoradores, apenas para a produção de farinhas para biscoito. Já o trigo uruguaio tem lotes de boa qualidade, sua disponibilidade está ao redor de 150 mil toneladas e já houve uma importação marítima de 30.000 toneladas e várias importações rodoviárias.

“Os preços já se elevaram em 50% no Brasil, estão parados no momento, com eventuais altas esporádicas, mas com perspectiva de alta para os lotes bons, diante dos preços dos trigos importados que já chegam ao Brasil ao redor de R$ 1.060,00 no Sul e R$ 1.120,00 de São Paulo para cima. Embora tenha mudado a produção de alguns países, o total de trigo produzido no Mercosul teve a sua estimativa inalterada pela Consultoria T&F, em 26,2MT. Contudo, a produção de trigo de qualidade panificadora foi menor em todo o Bloco, devido aos problemas climáticos que
todos sofreram na safra 2018/19”, explica.

No mercado internacional, pesam as notícias sobre as exportações da Rússia: “Mesmo com a Rússia tendo voltado atrás e confirmado exportações ao redor de 43MT, ainda resta o fator Kansas, que teve dois problemas nesta safra: Redução de área plantada e possíveis problemas climáticos, que serão confirmados após o derretimento da neve, em março por isso o mercado ainda não subiu, embora tenha potencial”.

“Os EUA HRW estão com os preços até US$ 12,80 abaixo dos russos nos portos. No entanto a força do dólar frente outras moedas e o preço do frete para alguns destinos tem tirado essa vantagem do trigo americano. As exportações nos últimos meses têm evoluído, mas não ao ponto esperado pelo mercado e pelo USDA”, conclui Pacheco.
 

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