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Primeiro mês cotado para o trigo, em Chicago, não se alterou muito durante a semana

Relatório de oferta e demanda do USDA não trouxe grandes novidade


O primeiro mês cotado para o trigo, em Chicago, não se alterou muito durante a semana. O relatório de oferta e demanda do USDA não trouxe grandes novidades, tendo apenas reduzido um pouco os estoques finais dos EUA, porém, aumentou na mesma proporção os estoques finais mundiais. Com isso, o bushel fechou a semana (dia 12) em US$ 5,39, contra US$ 5,32 uma semana antes.

Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA atingiram a 228.100 toneladas na semana encerrada em 28/11, ficando 45% menores do que a média das quatro semanas anteriores. O mercado esperava exportações entre 250.000 e 700.000 toneladas. Já as inspeções de exportação atingiram a 313.810 toneladas na semana encerrada em 5 de dezembro, ficando abaixo do esperado pelo mercado. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 1º de junho, as inspeções somam 13 milhões de toneladas, contra 11 milhões no ano anterior.

Por outro lado, a safra de trigo na Argentina já estaria colhida em torno de 50%, segurando a possibilidade de maiores altas de preços no Brasil. Os problemas climáticos no vizinho país já o levaram a estimar uma safra final de 18,5 milhões de toneladas, contra 20 milhões esperados inicialmente.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação girou entre US$ 180,00 e US$ 200,00, com a safra nova argentina ficando em US$ 195,00, ambos na compra.

E no Brasil os preços estabilizam, porém, o viés de alta se mantém. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 39,80/saco, enquanto os lotes giraram em torno de R$ 43,80/saco. No Paraná, o balcão se mantém entre R$ 47,50 e R$ 48,00/saco, enquanto os lotes continuam entre R$ 54,00 e R$ 55,00/saco. Já em Santa Catarina, o balcão registra valores entre R$ 42,00 e R$ 44,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficam em R$ 48,90/saco.

Mesmo com a colheita já toda realizada no Brasil, a quebra de safra mantém os preços firmes no mercado nacional, pois as perdas se deram em volume e na qualidade. Neste último caso, a oferta de trigo de qualidade superior é, mais uma vez, pequena. Soma-se a isso a desvalorização do Real, que torna a importação mais cara, e temos um trigo nacional com preços elevados para o momento.

A recente valorização do Real, passando de R$ 4,28 em seu auge, para os atuais R$ 4,12, pouco mudaram o quadro das importações, mantendo ainda o produto externo muito caro.

Isto está levando os moinhos locais a usarem de forma mais intensa o produto inferior para realizar a mistura com trigo de qualidade na fabricação da farinha. Mesmo assim, nos quatro primeiros meses do atual ano comercial (agosto-novembro) o Brasil já importou 2 milhões de toneladas de trigo, de um total esperado de 7 a 7,5 milhões a serem importados. Já as exportações, por enquanto, são mínimas.

Em síntese, o viés de alta continua para o trigo nacional, passado o período de pressão da colheita. A melhor procura pelo trigo de qualidade inferior, visando a mistura, também melhora o preço deste, pois normalmente o produto é direcionado à exportação com valores menores. Passada a fase de pressão pós-colheita (neste caso deve-se contar também com a colheita da Argentina e dos demais vizinhos países do Mercosul), caso o câmbio se mantenha nos atuais níveis, os preços do trigo tendem a subir, talvez voltando aos patamares anteriores à safra ou mesmo um pouco mais. Assim, o principal elemento balizador do preço nacional do trigo, hoje, é o câmbio no Brasil.

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