CI

Recuo nas cotações do trigo

Na prática, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 09/08, atingiram a 803.000 toneladas de trigo


As cotações do trigo em Chicago também recuaram fortemente nesta semana, com o fechamento da quinta-feira (23) ficando em US$ 5,22/bushel, US$ 5,42 uma semana antes e US$ 5,60 no dia 17/08.

De fato, no final da semana passada o mercado chegou a operar em forte alta após divulgação de exportações estadunidenses acima das expectativas do mercado. Na prática, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 09/08, atingiram a 803.000 toneladas de trigo, as mais altas do atual ano comercial, iniciado em 01/06/2018. Ajudaram igualmente notícias de que EUA e China iriam se reunir em 22 e 23/08 visando resolver seus litígios comerciais.

Todavia, as cotações recuaram fortemente a partir do dia 21/08, puxadas por ajustes técnicos (tomada de lucro por parte dos operadores) e pelo recuo importante na soja e parcialmente no milho. Ajudou para isso a notícia de que a Rússia poderá acelerar suas exportações de trigo nos próximos meses, fato que aumentaria sua concorrência no mercado internacional até dezembro.

Paralelamente, no Mercosul a tonelada FOB de trigo para exportação oscilou entre US$ 230,00 e US$ 250,00 na compra. Já a safra nova ficou em US$ 220,00.

Aqui no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 41,18/saco. Já os lotes ficaram em R$ 51,00/saco. No Paraná, o balcão registrou valores entre R$ 49,00 e R$ 50,00/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 57,00 e R$ 63,00/saco. Enfim, em Santa Catarina o balcão estabeleceu valores entre R$ 42,00 e R$ 45,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficaram na média de R$ 54,00/saco.

Na prática, o cenário de comercialização pouco se alterou em relação à semana anterior, com Minas Gerais já colhendo seu trigo, porém, sua produção serve apenas para abastecer o próprio Estado. A indicação de preços desta nova safra estando já bem menor do que os valores praticados até o momento.

Dito isto, neste final de agosto cresce a preocupação com as possíveis perdas nas lavouras do Paraná, por falta de chuvas, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo excesso de umidade e falta de sol. Em se confirmando uma quebra nesta colheita que se aproxima, no Sul do país, provavelmente os preços locais não recuem tanto como se projeta.

Além disso, em se mantendo o Real acima dos R$ 4,00 por dólar, as importações de trigo encarecem sobremaneira e isto tende a favorecer à valorização do trigo da nova safra nacional, desde que o mesmo venha com qualidade superior.

Por enquanto, no Paraná, segundo o Deral, 19% das lavouras apresentam condições ruins, 26% regulares e 55% estariam boas. Cerca de 6% já estariam em estágio próximo de serem colhidos.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que o mercado interno já começa a repercutir a possibilidade de preços mais altos, ao menos em relação à tendência inicial que existia para esta época do ano. Tanto é verdade que, desde a semana anterior, a tonelada de trigo no Paraná recuperou cerca de R$ 50,00.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.