CI

Setor lácteo brasileiro fechou 2019 com bons rendimentos

Os números são muito melhores do que 2018 quando o setor ficou praticamente estagnado


Foto: Marcel Oliveira

Apesar de não ter sido uma elevação exponencial, o setor lácteo brasileiro fechou o ano de 2019 de forma positiva. A estimativa é de que no ano passado o segmento tenha crescido entre 2% a 2,5%. O preço médio do litro de leite pago ao produtor foi R$ 1,36, o que representa US$ 0,33 considerando o câmbio de R$ 4,06 por dólar. 

Os números são muito melhores do que 2018 quando o setor ficou praticamente estagnado, registrando alta de apenas 0,5%. Para o analista da Embrapa Gado de Leite, Lorildo Stock, os números são razoáveis e não colocam a importação como atrativa, fato que gerou muita reclamação dos produtores de leite brasileiros em 2018. 

Conforme Stock, a tonelada de leite está sendo vendida fora do Brasil a valores que variam entre US$ 3,1 mil a US$ 3,3 mil, abaixo do preço histórico de US$ 3,7 mil, o que representa uma estabilidade entre oferta e demanda do produto no mercado mundial. 

Para 2020, analistas não preveem um ano de muito otimismo, mas a perspectiva de crescimento da economia brasileira de 2,3% (maior percentual dos últimos seis anos) é vista como um sinal do fim da crise. Diante disso, espera-se uma recuperação um pouco maior do consumo, o que também deve impactar no preço pago ao produtor. 

Por outro lado, algumas incertezas no cenário nacional e internacional deixam os analistas do setor em atenção. Internamente, a forma como o governo conduzirá sua agenda de reformas é ponto crucial para o desempenho da economia. 

Já a nível internacional, a peste suína africana que reduziu em 40% a quantidade de suínos na China no ano passado deverá continuar afetando o mercado, pois a doença se espalhou por outros países asiáticos. Com isso, a demanda de carne importada de países como o Brasil cresceu, o que fez a produção nacional também disparar, exigindo mais alimentos para os animais. 

Nesse cenário, a perspectiva é de aumento no custo de produção do rebanho leiteiro, já que há uma pressão no uso dos grãos, o que encarecerá a alimentação animal. “Pode haver muita volatilidade nos preços do concentrado para as vacas de leite até que seja definida a safrinha de milho no meio do ano", afirma o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho. 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.