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Tecnologia inédita detecta fraudes em produtos lácteos

Novo método foi desenvolvido no Brasil e permite verificar alterações


Foto: Pixabay

Pesquisadores do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveram uma metodologia inédita que aponta fraudes na produção de leite de vaca e derivados do tipo A2A2 e de búfala. 

Com a técnica é possível identificar a adição de leite A1A1 ou A1A2 em leite e derivados vendidos como A2A2 e adição de leite de vacas em leite de búfalas, principalmente voltado para fabricação de produtos lácteos, como queijos. 

De acordo com Aníbal Eugênio Vercesi Filho, ganham as empresas que beneficiam os produtos e os consumidores que podem ter a confiança de estarem consumindo aquilo que compraram, sem nenhum tipo de fraude. No Laboratório de Biotecnologia do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal, localizado em Nova Odessa (SP), foram identificadas quantidades mínimas de mistura, abaixo de 1% do volume total do produto.

“Com isso, podemos dar tranquilidade as empresas e consumidores quanto ao que compraram. Isso é muito importante também do ponto de vista da saúde, já que algumas pessoas possuem intolerância a proteína do leite A1 e, por isso, consomem o leite A2A2. A mistura de produtos pode causar prejuízo a saúde dessas pessoas", explica o pesquisador.

Atualmente o IZ utiliza dois métodos para detecção de fraudes, o HRM (High Resolution Melting) e o rhAmp, capazes de discriminar e detectar de maneira altamente confiável os genótipos A1A1, A2A2 e A1A2 do gene CSN2 em amostras de DNA de animais e de leite e seus derivados. Vercesi Filho explica que a detecção por rhAmp é dez vezes mais sensível que o método HRM, sendo indicada para a fiscalização de leite A2.

O próximo passo do trabalho é finalizar o desenvolvimento de metodologia similar para identificação de fraudes em leite de cabra. O IZ também está em fase de adequação do laboratório para receber certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e acreditação na norma internacional ISO 17025, o que colocará o local como um laboratório oficial no Brasil para esse tipo de análise.


 

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