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Especialista russo vem ao Brasil discutir avalanche de trigo exportada pelos europeus

Maksim Golovin, membro do Russian Grain Union, participa do 5º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba (PR)



Maksim Golovin, membro do Russian Grain Union, participa do 5º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba (PR)

Terceiro maior exportador de insumos do mundo, atrás apenas da União Europeia e dos EUA, a Rússia deve consolidar a liderança mundial na exportação de trigo. O país tem potencial para colher até 77,5 milhões de toneladas do cereal em 2017 (aumento de 49% nas últimas cinco safras) e inundar o mercado externo com 31,5 milhões de toneladas (+ 69% no período), de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA. Os impactos desse cenário no agronegócio brasileiro e sul-americano serão tema do painel “Rússia: grande player do inverno” durante o 5º Fórum de Agricultura da América do Sul. O evento ocorre no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR), nos dias 24 e 25 de agosto.

Na temporada 2015/16, o Brasil produziu 6,72 milhões de toneladas de trigo, mas o consumo interno anual se aproxima de 12 milhões de toneladas – diferença suprida pelas importações. No ciclo atual, com previsão de queda de 20% na produção interna do cereal, segundo números da Expedição Safra, a necessidade pelo produto internacional vai aumentar. O principal fornecedor brasileiro é a Argentina, seguida pelo Paraguai – que enfrenta quebra na safra atual de trigo – e o Uruguai, todos localizados na América do Sul. Mas a Rússia promete mexer com a organização e os preços do cereal no mercado global.

Segundo o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, o trigo russo tem preço mais baixo e pode ser um concorrente internacional forte, pressionando indiretamente os preços do Mercosul para baixo. “A Argentina, nossa principal fornecedora, vai competir lá fora com o produto da Rússia. O que provavelmente vai aumentar a oferta do cereal argentino para o Brasil, porque o país sul-americano vai ter dificuldade para oferecer seu produto nos seus mercados tradicionais. Isso também pode influenciar o mercado interno brasileiro, reduzindo os preços da produção nacional”, avalia.

Participam do painel sobre o tema, o representante do Russian Grain Union, Maksim Golovin, e o diretor do Sindicato das Indústrias de Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo-PR), Daniel Kummel. As inscrições para o 5º Fórum de Agricultura da América do Sul podem ser feitas pelo site www.agrooutlook.com. No portal, também é possível consultar outras informações sobre a programação e fazer o download do relatório da edição 2016.
 

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