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Na economia, um péssimo 2021


Argemiro Luís Brum

No final de 2020 escrevíamos que 2021 continuaria sendo muito difícil para a economia nacional, pois chegava-se ao final daquele ano com o quadro bastante turvo, sobre que arranjo viria em 2021, para tentar reenquadrar a política econômica. Pois bem, se pelo lado sanitário a situação melhorou, embora esteja longe de estar superada, pelo lado econômico tudo piorou consideravelmente.

A inflação oficial disparou, estando hoje, em termos anualizados, no maior índice dos últimos 26 anos (10,74%); o juro básico quase quintuplicou, passando de 2% para 9,25%, justamente na tentativa de debelar a inflação; o câmbio, um dos principais causadores desta inflação, devido a falta de direção, segurança e confiabilidade do governo federal, continua na casa dos R$ 5,60, quando deveria estar entre R$ 4,50 e R$ 4,80; e o PIB vem despencando a cada mês, projetado em 4,5% para este ano, após expectativas superiores. Neste último caso, embora no somatório do ano o crescimento seja positivo, pois saímos de -3,9% no ano anterior, o quadro atual é de recessão técnica, já que tivemos agora dois trimestres seguidos negativos (-0,4% e -0,1%), com tendência de o último trimestre ficar nesta balada.

O desemprego no Brasil é o 4º maior entre os 44 países mais ricos do mundo, neste final de ano, surgindo oportunidades apenas na informalidade, no temporário e no intermitente, mal pagos e sem garantias. Ao mesmo tempo, a caderneta de poupança, o pequeno seguro para os mais carentes, teve uma perda real de 7,59% nos 10 primeiros meses do ano, sendo este o pior resultado em 30 anos. Não admira, portanto, que a concentração de renda aumentou no país. Em 2019 (antes da pandemia) o quadro já era caótico, com os 10% mais ricos do país ficando com 59% da renda nacional, enquanto metade da população (50%) captava apenas 10% desta renda. Hoje, segundo o IBGE, o Brasil, tem 25% de sua população abaixo da linha da pobreza. E isso mesmo com o auxílio emergencial e o Bolsa Família (agora Auxílio Brasil). Ou seja, o populismo continua inviabilizando o país e seu povo. E tem gente querendo repetir tal experiência, à direita e à esquerda, para 2022.

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