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Aquicultura pode crescer com bioinsumos

Atividade foi incluída no Programa Nacional de Bioinsumos e receberá aportes de pesquisa


Foto: Pixabay

A aquicultura não se refere somente a peixes mas também inclui crustáceos, moluscos e outros organismos de ambiente aquático. No Brasil um dos ramos da aquicultura, a piscicultura, vem conquistando bons números, principalmente os peixes de cultivo em tanques-redes, que são criadouros parecidos com gaiolas, mantidos na água de rio, de lago ou do mar. O setor tem destaque em exportação,principalmente com a tilápia, e espera expandir a atividade com os incentivos do Programa Nacional de Bioinsumos, lançado pelo Ministério da Agricultura, no final de maio. Confira no vídeo ao fim desta reportagem os números da piscicultura brasileira e a opinião do presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

O foco do programa está em incentivar o uso de elementos da biodiversidade brasileira para suprir diversas necessidades, conforme já mostramos em outra reportagem. O Brasil tem 265 defensivos biológicos, entre bioacaricidas, bioinsecitidas, biofungicidas e bioformicidas. Os outros 315 itens são inoculantes, um insumo biológico que contém micro-organismos com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas.

Especificamente na produção animal os bioinsumos se destinam à tecnologias de uso veterinário, formulações de rações, ajudando a restaurar as funções fisiológicas e orgânicas das espécies. Um bom exemplo foi desenvolvido pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), que reaproveita víceras e restos de peixes da indústria ou da produção para fazer uma compostagem rica em nutrientes para plantas. Experimentos conduzidos no Brasil e em Camarões, em 2018, também apontaram a viabilidade de substituir parte da ração de tilápia por farinha de  insetos como besouro, grilo-preto e larva de mosca soldado negra. 

A pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE), Alitiene Moura Pereira, que é especialista em sanidade e nutrição em aqüicultura, ressalta que os produtos de origem biológica têm grande importância nas pesquisas com foco no aumento da sustentabilidade dos sistemas de produção em aquicultura, especialmente nas aplicações em nutrição e sanidade dos animais. “Estudos da Embrapa e diversas instituições parceiras buscam constantemente novas formulações alimentares e princípios ativos em que o componente biológico é fundamental para o aumento da eficiência e a redução do impacto ambiental do produto final, seja ele ração ou medicamento”, destaca.

Alitiene explica que os princípios bioativos têm um grande benefício: inocuidade alimentar ao ser humano e são baseados em organismos daquele ambiente, não deixando resíduos na produção nem gerando resistência, como no caso de antibióticos. “As biomoléculas buscam manter a produtividade usando compostos para tratamento de doenças que são os mais saudáveis possível”, completa.

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