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Peste suína deve ocasionar efeitos indiretos no Brasil

Um dos efeitos é a diminuição da compra de soja


A peste suína africana, que está causando vários impactos negativos na economia da Ásia, deve ocasionar alguns efeitos indiretos no Brasil, segundo avaliação do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e professor do IBMEC, Márcio Sette Fortes. De acordo com ele, contração da importação chinesa de soja, já que a commodity é utilizada na produção da ração. 

“É preciso considerar que, de um rebanho suíno de quase 700 milhões de animais, se estimam perdas que deverão variar entre 140 e 210 milhões de suínos, o que, por conseguinte, reduzirá a demanda de ração para alimentá-los. Essa redução das compras chinesas do grão atinge a Balança Comercial brasileira, tendo em vista se tratar do principal produto de nossa pauta exportadora”, comenta ele. 

Nesse cenário, ele indica que há boas possibilidades de ganhos para o produtor brasileiro de carne suína, e também de outras carnes, “mas isso está ligado à habilitação das unidades produtoras”. “Não são processos simples, e prova disso é o ainda restrito número de unidades que estão aptas a exportar para o mercado chinês. Não por coincidência, recentemente a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esteve em viagem pela Ásia, buscando estreitar os laços comerciais com a China e outros países da região, por meio da tentativa de habilitar mais 70 frigoríficos brasileiros”, indica. 

Fortes informou que, em abril desse ano, a China, incluindo Hong Kong, comprava cerca de 45% da carne suína exportada pelo Brasil, sendo o principal importador. “Isso deve aumentar, se considerarmos o ciclo de cerca de um ano necessário entre a gestação e o abate do suíno”, conclui. 

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