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Setor de máquinas aposta em recorde nas vendas

Grande procura de expositores é reflexo da boa safra de grãos no país e de interesse do agricultor por novas tecnologias


Foto: Governo do Estado do RS

Maior responsável pelo faturamento da Expointer, com mais de 90% das comercializações, o setor de máquinas e implementos agrícolas está otimista e aposta em recordes de público e de vendas na 45ª edição da feira, que acontece de 27 de agosto a 4 de setembro no Parque Assis Brasil, em Esteio (RS), após a edição reduzida do ano passado e em formato digital, em 2020. 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (SIMERS), Cláudio Bier, acredita que as vendas podem superar em 50% a feira de 2019, quando ultrapassaram R$ 2,5 bilhões. “A meta é atingir de R$ 3,5 a R$ 4 bilhões”, revela. Outro indicador foi a grande procura por espaços - se a área fosse maior, o número de expositores ultrapassaria os 155 que garantiram participação em Esteio este ano, dez a mais do que em 2019. “Todos estão sedentos por uma feira como essa. A Expointer é uma grande vitrine e isso vale também para os fabricantes de máquinas agrícolas. O parque de máquinas está um pouco maior, conseguimos melhorar e ampliar alguns espaços”, afirma o dirigente.

Bier lembra que a evolução da tecnologia torna o maquinário um atrativo irresistível. “O agricultor entende que, a cada ano, as mudanças são grandes, por isso quer conhecer e está aberto às novidades para, talvez, trocar de máquina. Ele sabe que maior rapidez no plantio e na colheita pode aumentar a produtividade na lavoura”. O sinal verde para um possível recorde de vendas também é dado pelo calendário. A data em que se realiza a Expointer é estratégica para o setor por ser o primeiro grande evento após o lançamento do Plano Safra 2022/23 do Governo Federal, no final de junho. Do montante de recursos, que este ano somam quase R$ 341 bilhões, pouco mais de R$ 10 bilhões são destinados a financiamentos de máquinas agrícolas.

Contrariando as expectativas, a estiagem que assolou o Rio Grande do Sul no último verão teve poucos reflexos negativos nas vendas. O setor registrou um incremento de 5 a 6% na produção entre janeiro e julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que a ‘régua’ já estava alta. Em tempos de safra normal, 11% das máquinas e implementos fabricados pelas indústrias gaúchas ficam no Rio Grande do Sul, enquanto o restante é comercializado Brasil afora. Este ano, os prejuízos causados pela falta de chuva pouco afetaram o setor, porque houve aumento na demanda de pedidos de outros estados, que tiveram excelentes colheitas. Por outro lado, vem ocorrendo maior procura por pivôs centrais e outros equipamentos destinados à irrigação, como forma de evitar futuros prejuízos.

Um dos impactos da pandemia na fabricação de novos tratores, em 2020, foi a escassez de componentes, como aço e chips. “Depois que acabaram os estoques, o que aparecia no mercado a gente tinha que comprar e ainda torcer para surgir mais”, relata Cláudio Bier. As dificuldades de logística afetaram diretamente o transporte, na importação de produtos, e houve uma desaceleração na entrega de máquinas. Este ano o fornecimento de aço está normalizado, mas o setor ainda enfrenta a falta de chips. A saída vem sendo a adequação, com as empresas buscando negociar microcircuitos com novos fornecedores no exterior.

O protagonismo do RS - Cerca de 65% das máquinas e implementos agrícolas fabricados no país são produzidos nas indústrias do Rio Grande do Sul. Esse protagonismo nasceu quando muitos colonos imigrantes abriram pequenas oficinas e depois começaram a construir máquinas. Em função disso, o Estado é considerado o berço das máquinas agrícolas. Na medida em que houve crescimento, começaram as vendas, também, para os agricultores que haviam migrado para estados como Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, depois para o Brasil inteiro. “Os gaúchos que lá estão tiveram um papel importante nessa expansão, hoje algumas daquelas oficinas são grandes empresas do mercado. Nos orgulhamos disso”, reflete Cláudio Bier. Hoje, em todo o país, o setor gera 32,7 mil empregos diretos e 139 mil indiretos.

Os dados são do SIMERS.

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