Avança controle biológico da broca
Tripes predadores podem combater a praga que é uma das principais do cafeeiro
Nos últimos anos o Brasil avançou no número de pesquisas dedicadas à broca-do-café. Em Minas Gerais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (EPAMIG) realiza estudos para combater a praga com foco no aumento das populações de tripes predadores.
A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é uma das principais pragas dos cafeeiros e afeta a qualidade e o rendimento de grãos de mais de 20 milhões de produtores em cerca de 80 países. As larvas da broca-do-café consomem as sementes dentro dos grãos em qualquer fase de maturação. Por se tratar de uma praga que vive no interior dos frutos, seu controle é ainda mais difícil.
A praga é originaria da África Central e foi introduzida no Brasil em 1913, sendo encontrada em praticamente todas as regiões produtoras. No Brasil, as perdas provocadas por esse inseto em lavouras de café foram estimadas entre 215 a 358 milhões de dólares por ano.
A Epamig conduz experimentos de controle biológico da broca-do-café. Trata-se do uso de tripes, insetos da ordem Thysanoptera. A descoberta é considerada inovadora. A pesquisadora Madelaine Venzon, destaca que o inseto foi encontrado se alimentando da broca-do-café em plantas de Ingá da Zona da Mata mineira. “Por se tratar do primeiro relato do gênero no continente americano, nosso trabalho consiste em uma série de experimentos para aumentar a incidência do predador Trybomia sp. nos parques cafeeiros”, diz.
O assunto vai ser debatido no 1° Simpósio Brasileiro de Thysanoptera (SBT) que vai reunir estudantes, profissionais e pesquisadores interessados nas discussões acerca dos Thysanoptera entre os dias 17 e 21 de agosto de 2020. O evento será totalmente on-line. Para se inscrever, clique aqui.